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Política
Sábado - 22 de Fevereiro de 2014 às 11:51
Por: *JOSÉ ANTONIO LEMOS DOS SANTOS

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 O Conselho de Ética da Câmara pode intimar o deputado Zé Geraldo (PT-PA) para que explique o discurso que fez em plenário no último dia 5, quando falou sobre a situação da médica cubana Ramona Rodriguez, que abandonou o programa Mais Médicos e pediu refúgio no Brasil. Com uma nota em mãos, enviada pelo Conselho Municipal de Saúde de Pacajá, no Pará, onde Ramona atuava pelo programa, o parlamentar reproduziu observações feitas pelo presidente do órgão local. Autoridades de Pacajá relataram que Ramona ingeria bebida alcoólica e tentou levar pessoas que conhecia na cidade para o alojamento que dividia com outras duas médicas estrangeiras.

Zé Geraldo também questionou a interferência política do DEM no caso. Ramona procurou a ajuda jurídica do partido para tentar asilo no Brasil e obter indenização por perdas trabalhistas. O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), considerou a fala ofensiva e encaminhou uma denúncia contra Zé Geraldo à Corregedoria Parlamentar da Casa. A acusação ainda precisa ser analisada pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN).

Se Alves considerar a acusação admissível, o deputado será notificado e terá cinco dias para explicar suas declarações e, em 45 dias, a Corregedoria Parlamentar terá que analisar os fatos. Dependendo do resultado, Zé Geraldo pode ser notificado e terá que responder ao Conselho de Ética da Casa.

Refúgio no DEM

A médica, que está hospedada num apartamento da Câmara dos Deputados cedido para uso do DEM, entrou com processo na Justiça do Pará, há uma semana, pedindo indenização de R$ 149 mil em direitos trabalhistas e danos morais. As declarações de Zé Geraldo foram feitas um dia depois que Ramona Matos Rodriguez falou publicamente, pela primeira vez, sobre a saída do Mais Médicos e o sentimento de ter sido enganada pelo governo de Cuba.

Ramona saiu de Pacajá no dia 1º de fevereiro e viajou para Brasília, onde dormiu na primeira noite na sala da Liderança do DEM na Câmara, antes de ser acomodada no apartamento funcional. Pelo contrato assinado por ela, a médica receberia no Brasil um pagamento de US$ 400 (pouco mais de R$ 900) e outra parcela de US$ 600 seria depositada em uma conta em Cuba. Segundo ela, outros médicos estrangeiros relataram que estavam recebendo integralmente o valor de R$ 10 mil.






Fonte: Terra

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