Produtores de MT apostam no plantio de girassol Estado deve ter produtividade média de 1,5 mil quilos por hectare
Representantes dos Ministérios Públicos Federal e Estadual realizaram, nesta quarta-feira (19), uma vistoria técnica no canteiro de obras da Arena Pantanal, a fim de verificar quais reparos foram feitos na área atingida por um incêndio no dia 25 de outubro do ano passado.
Ambos os órgãos possuem inquéritos abertos para apurar se a ocorrência compromete a segurança global do estádio – conforme apontado pelo relatório do MPE de novembro passado – e, em parceria com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea), cobram do Governo do Estado a apresentação de laudos conclusivos sobre a estabilidade da obra.
A procuradora da República Bianca Britto, responsável pela condução do inquérito do MPF, afirmou que as investigações não serão arquivadas em face da declaração feita ontem pela Federação Internacional de Futebol (Fifa) de que a obra já teria sido vistoriada por técnicos da entidade e sua segurança, garantida.
“O nosso trabalho e o que demandamos continuam. Ninguém aqui está dizendo que as instalações são inseguras, de forma alguma. Há um interesse público de que o evento seja realizado da melhor forma possível, se garantindo a segurança das pessoas, dos jogadores, dos trabalhadores e, principalmente, que o investimento público que está sendo feito na Arena seja bem aplicado”, afirmou.
Tanto o MPE quanto o MPF alegam que os laudos encaminhados pela Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) – e que foram elaborados pela gerenciadora da obra, Concremat, e pelo consultor contratados pelo Construtora Mendes Júnior, engenheiro Lúcio Almeida – são “inconclusivos” e não atestam a segurança da obra.
“A própria Concremat aponta no laudo deles a necessidade de cálculos estruturais a serem feitos pelo projetista da obra e a gente ainda não teve acesso a essas informações. Ou seja, se a própria gerenciadora da obra aponta a necessidade de mais estudos, mais análises e cálculos estruturais é porque o laudo ainda não é conclusivo para a segurança”, disse Britto.
Além do parecer técnico do projetista da obra, que deverá ser fornecida até o final do mês, segundo a Secopa, o MPF também solicitou o envio de documentos e fotos que comprovem a recuperação das áreas afetadas.
Ao Crea, além da análise dos laudos já apresentados, cabe também verificar se o trabalho de reparação feito pela construtora na área afetada foi feito dentro dos parâmetros indicados.
O presidente do Crea, Juarez Samaniego, salientou que a visita não se trata de uma perícia, mas apenas um complemento dos laudos e do cálculo que será entregue pelo projetista.
Com o plantio de girassol programado para a próxima semana, Vitório Herklotz, produtor em Campo Novo do Parecis, cidade a 397 quilômetros de Cuiabá, espera nesta safra uma produtividade de 1, 8 mil kg por hectare. A estimativa de Herklotz ultrapassa a expectativa para o estado que é de 1,5 mil kg por hectare, segundo último levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Mesmo com o tempo chuvoso, Vitório Herklotz não se mostra muito preocupado com uma possível redução na produção. “Você tem um talhão que produz mais, outro que produz menos, mas de um modo geral está sendo um bom negócio”, diz o produtor que plantará 700 hectares com o cultivo, prática que repete há dez anos.
O relatório publicado pela Conab mantém Mato Grosso em primeiro lugar na produção nacional, com 139,7 mil toneladas de girassol. O estado desponta entre os concorrentes representando mais de 82% do volume nacional. Minas Gerais, por exemplo, é o segundo colocado com apenas 15,4 mil toneladas.
Sobe e desce
Mesmo com a diminuição da estimativa de produtividade, cerca de 10% menor que a média da safra anterior, Mato Grosso elevou sua produção em 55 toneladas. Segundo o relatório da Conab, o estado quase dobrou suas áreas de cultivo, de 50,7 mil hectares na safra 2012/13 para 93,1mil hectares na safra 2013/14.
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