Mauro Mendes assume negociação com PR
Prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB) se lançou na vida eleitoral ao concorrer ao Executivo Municipal em 2008, ainda filiado ao PR. Migrou de partido para disputar o Governo dois anos depois, sendo um dos fundadores do Movimento Mato Grosso Muito Mais e conquistou seu primeiro cargo eletivo em 2012. Também enfrentou divergências internas na nova sigla e tornou-se presidente do diretório estadual do PSB. Agora, acumula a função com o desafio de administrar a Capital e foi eleito o interlocutor do grupo para fortalecer a chapa majoritária que disputará o Palácio Paiaguás, encabeçada pelo senador Pedro Taques (PDT).
Como estão as negociações para a composição da aliança?
A temporada do diálogo foi inaugurada no início deste ano. As eleições serão, no primeiro semestre, um pouco ofuscadas pelo debate em torno da realização da Copa do Mundo em Cuiabá, mas logo em seguida teremos as convenções e até lá as articulações vão seguir. Estamos trabalhando juntos com outros companheiros a construção de um projeto que pretende ter o senador Pedro Taques como nosso candidato ao Governo. Com muito diálogo e uma construção democrática, pretendemos apresentar uma boa e competitiva chapa.
O que se busca nesses diálogos, qual o objetivo principal?
Primeiro, identificar as sinergias, as identidades que esses partidos possuem em torno de uma visão do que nós queremos para Mato Grosso, a forma de gerenciar os recursos públicos, forma de fazer com que Mato Grosso se desenvolva mais do que cresce. Crescemos muito ao longo dos últimos anos, mas o desenvolvimento não está sendo observado na mesma proporção do crescimento.Nessa questão das sinergias, o grupo que está se formando é de oposição a atual gestão, que é uma continuidade do governo Blairo Maggi (PR).
Como está se tratando a busca de apoio dos republicanos?
Um projeto político não pode ser caracterizado simplesmente por ser de situação ou de oposição. Isso é muito pouco pra quem quer discutir o futuro de um Estado e o futuro de 3 milhões de pessoas. Queremos discutir projetos que possam contribuir para o desenvolvimento, para que os serviços públicos de obrigação do Poder Público Estadual possam melhorar e que isso possa agregar qualidade de vida para quem está morando em Mato Grosso. Esses são os conceitos principais: discutir o futuro do nosso Estado e como transformar sonhos e expectativas em realidade. Ser situação ou ser oposição é uma questão secundária.
Mesmo sendo uma questão secundária, o senhor acredita que esse posicionamento mais oposicionista atrapalha na sua relação como prefeito com o Governo?
Fui eleito para administrar Cuiabá, não para fazer oposição a ninguém. Minha oposição é aos enormes desafios que Cuiabá tem, aos 700 quilômetros de ruas que ainda não têm asfalto, à péssima qualidade de alguns equipamentos públicos que nós recebemos no início do nosso mandato. É uma luta cotidiana para transformar muitas expectativas que o povo cuiabano depositou em nós, em realidade. Não vou fazer oposição política a ninguém, mas isso não tira de mim o direito, como de nenhum cidadão, de criticar aquilo que considerarmos que não está alinhado às diretrizes da nossa cidade.
Na sua campanha ao Governo, apesar de o PR apoiar a reeleição do governador Silval Barbosa (PMDB), o senhor teve o apoio velado de alguns republicanos. Em 2012, o partido já fazia parte da sua aliança. E agora, em 2014, vocês fazem questão de um apoio declarado ou aceitam o partido dividido?
Comecei minha vida política pelo PR. Lá construí amigos, companheiros, que tenho a honra de ter até hoje no rol de pessoas do meu convívio. O PR é um grande partido. Tem senador, deputado federal, uma grande bancada de estaduais e interessa sim a mim e a maioria daqueles que estão no projeto do Taques ter o PR no nosso grupo. Estamos dialogando e construindo as condições para que o PR possa estar neste grupo, conosco, no projeto de 2014.
Pode-se chegar ao ponto de ter que escolher entre o apoio do PR ou do DEM e do PSDB em função da vaga para disputa ao Senado na chapa majoritária. Como vocês pretendem lidar com isso?
Existe o momento certo das decisões. Não é este. Este momento é do diálogo, das construções
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