Greenpeace pede transparência sobre desmantelamento de arsenal químico sírio
A seção grega do movimento ambientalista internacional Greenpeace pediu nesta quarta-feira mais transparência em uma operação chefiada pela ONU para desmantelar o arsenal químico da Síria no mar no leste do Mediterrâneo, a fim de tranquilizar as comunidades costeiras das regiões próximas.
"Há uma grande falha de comunicação e as Nações Unidas têm uma responsabilidade significativa nisto", declarou à AFP o diretor-executivo do Greenpeace na Grécia, Nikos Charalambides.
A operação planejada para destruir os produtos químicos a bordo de um navio cargueiro americano em águas internacionais provocou protestos na Itália e na Grécia, apesar das garantias do governo de que a operação não representa risco para o meio ambiente marinho.
A Síria declarou cerca de 700 toneladas de perigosas substâncias químicas, 500 toneladas de substâncias menos perigosas e cerca de 122 toneladas de isopropanol, que pode ser usado para fabricar gás sarin.
Sistemas de hidrólise a bordo do navio de carga Cape Ray servem para misturar as substâncias com água aquecida e outras para destruir os agentes letais, resultando em uma lama equivalente ao resíduo industrial tóxico.
"Neste momento, esta é a melhor solução possível", afirmou Charalambides.
"Quanto antes as armas deixarem a Síria, melhor para todos", acrescentou.
No entanto, pouca informação está disponível sobre a composição e o volume precisos das substâncias químicas envolvidas, disse Charalambides.
"As Nações Unidas deram garantias de que nada cairá no mar. Mas será que eles vão nos dizer onde (os resíduos) vão acabar parando?", consultou.
Sediada em Haia, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) realizou uma reunião em janeiro com grupos ambientalistas, mas, segundo Charalambides, muitos detalhes foram deixados sem respostas.
Mais cedo nesta quarta-feira, a diretora da missão Opaq-ONU para desmantelar o arsenal, Sigrid Kaag, disse estar confiante de que todo o arsenal do regime será destruído até meados de 2014.
"Tivemos alguns atrasos, mas não foram insuperáveis e continuamos confiantes de que o limite de 30 de junho de 2014 será respeitado", disse ela à AFP, em Damasco.
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