Estiagem prolongada ameaça safra de 200 milhões de toneladas
O primeiro alerta foi dado esta semana pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg). Segundo o presidente da entidade, José Mário Schreiner, a falta de chuvas no estado desde 15 de dezembro último pode comprometer 15% da produção de Soja, ou 1,4 milhão de toneladas, o que representa um prejuízo de R$ 1,3 bilhão ao setor.
Os custos da produção aumentaram e novas pragas, como a lagarta falsa-medideira, estão atacando lavouras e são ainda mais rigorosos na seca - afirmou Schreiner.
FEIJÃO E CAFÉ TAMBÉM AFETADOS
O presidente da Aprosoja, Glauber Silveira, confirmou que a situação é preocupante.
A falta de chuvas atinge estados produtores importantes, como Goiás, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Bahia e Rio Grande do Sul. A situação estaria um pouco melhor em Mato Grosso.
Vamos ver como o clima vai se comportar daqui para frente. A preocupação maior ocorre onde há Soja um pouco mais tardia. Já existem casos de regiões que já tiveram perdas por causa da seca - disse Silveira.
Uma fonte do governo disse que, além da Soja, há forte preocupação com o café e o feijão. Por enquanto, o Ministério da Agricultura não vai se manifestar. O órgão está aguardando o resultado do próximo levantamento que está sendo feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no campo, que deverá ser divulgado na próxima terça-feira.
Pela última sondagem da Conab, em dezembro último, para a safra 2013/14, a produção brasileira de grãos deve atingir o volume recorde de 197 milhões de toneladas. A Soja é um dos destaques, com um crescimento de 10,8%, com o algodão em caroço (aumento de 24,4%), trigo (24,9%) e feijão (35,6%).
ALIMENTOS LÁ FORA PREÇOS CAEM PELA 1ª VEZ EM 3 MESES
A Organização das Nações Unidas para Agricultura e a Alimentação (FAO) informou ontem que os preços globais de alimentos em janeiro caíram pela primeira vez em três meses.
Segundo a organização, a queda de preços de cereais, açúcar, oleaginosas e carne superou o aumento no custo de laticínios. "O índice, que se baseia num conjunto de produtos alimentares do comércio internacional, registrou uma média de 203,4 pontos em janeiro de 2014, uma queda de 1,3% em relação a dezembro e de 4,4% em relação a janeiro do ano passado", de acordo com a FAO.
Segundo Abdolreza Abbassian, economista da FAO, "os preços estão mais baixos devido a abundante oferta, uma forte recuperação na procura e ainda um aumento das importações da Ásia, que pode limitar esta descida".
A FAO também fez uma estimativa positiva em relação à produção mundial de cereais no ano passado, prevendo um crescimento acima do previsto, com um recorde de 2,5 bilhões de toneladas, 8,5% a mais do que em 2012. "Uma boa colheita de cereais em 2013 poderia ajudar a repor as reservas mundiais que, segundo a FAO, chegariam a 573 milhões de toneladas, 13,5% a mais do que na temporada passada".
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