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Sábado - 08 de Fevereiro de 2014 às 12:23
Por: Da Redação - Patrícia Neves

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Internet/whatsapp

A noite de sexta-feira (7) e madrugada de sábado (8) foi de intenso trabalho para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) em razão da quantidade de falsos alarmes envolvendo supostos ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC). Foram  mais de cem  telefonemas registrados. A avenida Fernando Corrêa da Costa teria sido o maior alvo das denúncias. Lá, postos de combustíveis, assim como ônibus ‘foram destruídos pela fúria de criminosos’, liderados pelo latrocida Sandro Rabelo da Silva, o ‘Sandro Loco’. Em Várzea Grande, na região do Parque do Lago, inúmeros ônibus também ‘foram alvos’ de ataques fictícios desde as 22h. 

O comandante regional de Cuiabá, coronel Jadir Metelo Costa, não considera que houve uma quantidade expressiva e afirmou “cada um desses telefonemas trata-se de um ato de irresponsabilidade”. Ele afirmou ainda que durante toda a madrugada não houve nenhum episódio mais grave. 

“As ocorrências chamadas de maior vulto são encaminhadas a mim e não houve nenhuma que despertasse à atenção nessa madrugada. Todo esse pânico foi gerado em torno de boatos, de um imaginário coletivo. As fotos que circularam pelo whatsapp e também pelo Facebook são falsas, fruto de montagens. A PM monitora a origem de tudo isso, mas é um trabalho complexo, considerando a facilidade da transmissão das informações”. Não deixa de considerar que detentos possam, de fato, ser responsabilizados considerando que nessa semana vídeos de presidiários do Capão Grande foram divulgados pela imprensa. 

Ressalvas 

A pulverização de informações sem uma fonte confiável com emprego de aplicativos como o WhatsApp, a exemplo da mensagem viral que alertava sobre uma suposta onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) não permite saber a real dimensão do fato e fortalece o imaginário coletivo a medida que é replicado insistentemente. 

“Com tanta diversidade de emissores, simultaneamente, é complicado saber, de fato aquilo que é pertinente à população”, avalia o sociólogo Inácio Werner sobre a gigantesca quantidade de informações e alertas divulgados pela internet. 

Para ele, a democratização da informação é positiva, mas ressalva que não há uma garantia de qualidade na informação, já que a compreensão e a mudança de concepção de valores, não necessariamente, acompanharam a evolução nesse processo.

“É tanta informação que as pessoas não conseguem saber, de fato, processar o que importa, de onde a procedência dessa informação. Há o compartilhamento, mas sem uma ponderação real”. Para ele, ainda é necessário repensar estratégias quanto a esse empoderamento. “Vivenciamos um grande processo no ano passado, com toda mobilização social, mas a transformação real ainda não”. 

O boca-boca quanto a atos possíveis atos de vandalismos nas últimas 72 horas tomou conta de rodas de conversas nos mais distintos ambientes. Houve até mesmo casos em que estudantes universitários temeram sair de casa, assustados com a ideia de que pudessem ser alvos de ataques a ônibus, a exemplos do que já aconteceu em cidades da região Sudeste do país, anos atrás. Tanto o Ministério Público Estadual como Tribunal de Justiça emitiram alertas a seus membros solicitando cuidados ‘extras’ ao final de semana. 

Para a professora e doutoranda na área de comunicação e semiótica, Janaína Pedrotti, o acesso à internet, a inclusão digital, permitem a difusão instantânea de informações, porém, ressalva que sem a devida apuração jornalística a tendência é que essa mensagem morra. “Todo mundo acredita em termos nessas mensagens virais. Claro que as tecnologias possuem efeito. Temos hoje uma hibridação de gêneros, como no casos dos blogs que possuem um jornalismo informativo e opinativo, mas precisamos considerar, sempre, a técnica jornalística de apuração de uma notícia, onde a fonte é real, a essência do jornalismo sempre prevalece”.






Fonte: Olhar Direto

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