Caso Neymar: DIS põe pressão para Justiça Espanhola enviar contratos
De acordo com informações de Roberto Moreno, advogado da DIS, a Justiça Brasileira já emitiu carta rogatória à Justiça Espanhola para tentar elucidar todas as dúvidas no caso Neymar. O documento, viabilizado pela empresa com o auxílio do ministério da Justiça, solicita aos espanhóis o envio de todos os documentos levantados junto ao Barcelona. A investigação na Espanha corre em sigilo.
"O juiz já autoriziou, foi expedido o documento e devo retirar a carta em Brasília. Como é para o exterior, chamamos carta rogatória. Eles devem receber esse pedido em 15 ou 20 dias. Solicitamos todas as documentações que eles têm da negociação do Neymar", explicou Roberto Moreno em entrevista ao Terra.
Moreno evitou detalhar qual será a estratégia da DIS para tentar elevar sua participação na quantia paga pelo Barcelona, mas deixou claro que a empresa espera provar que foi vítima de acordos paralelos para diminuir o que tinha a receber. Dona de 40% dos direitos econômicos de Neymar, a DIS recebeu 6,8 milhões de euros dos 86,2 milhões investidos pelo Barça. Pela lógica da investidora, o correto seria receber 34,4 milhões de euros.
"A DIS está sendo muito cautelosa quando fala. Aguardamos a documentação para dar uma resposta efetiva do que está acontecendo. Por ora, é só uma suposição. O Neymar recebeu de fato 10 milhões de euros em 2011? A título do que foi esse valor? Um lançamento, um pré-contrato? A DIS entende que tem direito a 40% desses 10 milhões, por exemplo".
A carta rogatória ao Barcelona é a segunda obtida pela DIS para tentar reaver o que acredita ter direito. Antes disso, o Tribunal de Justiça de São Paulo havia concedido documento similar em que exigia que Neymar também apresentasse todos os contratos firmados com o Santos e com o clube catalão.
Entre os documentos que a DIS pretende avaliar estão o contrato de venda, o acordo para realização de dois amistosos entre Santos e Barcelona, o acordo para opção de compra de três jogadores da base (Victor Andrade, Giva e Gabriel) e os dois pagamentos feitos pelo Barça às empresas da família do jogador (em 2011 e em 2013) no total de 40 milhões de euros.
A obtenção de todos os contratos, para a DIS, eleva a confiança para ter sucesso no imbróglio. A empresa detém um documento timbrado emitido pelo Barcelona, em 2012, com a negativa de que havia qualquer tipo de negociação junto a Neymar. Um ano antes, porém, o clube catalão já tinha feito pagamento de 10 milhões de euros ao jogador para uma opção de compra. "Esse é um fato mentiroso do Barcelona", exemplifica Moreno.
Representante do clube catalão no Brasil, o agente André Cury recentemente procurou emissários da DIS com a oferta de 6 milhões de euros para um acordo conciliatório para pôr fim à disputa. Para o grupo investidor, foi uma sinalização clara de que o Barcelona teme o resultado das investigações. O Terra procurou André Cury para comentar a proposta, mas ele se disse proibido a dar entrevistas.
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