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Nacional
Terça - 04 de Fevereiro de 2014 às 21:30

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Resultados de exames grafotécnicos (que analisam a escrita) confirmaram que o garimpeiro Joaquim Lourenço da Luz, de 47 anos, foi o autor de uma carta com ameaças de morte recebida pela enteada dele, a estudante Loanne Rodrigues da Silva Costa, de 19 anos. Os dois foram encontrados mortos, abraçados e amarrados a uma árvore, após uma explosão de dinamite em Pirenópolis, na região central de Goiás, em dezembro do ano passado.

"O resultado do exame grafotécnico deu positivo. A letra do bilhete com ameaça é do padrasto", afirmou o delegado regional de Anápolis, Álvaro Cássio dos Santos. O laudo reforça a principal linha de investigação da Polícia Civil: de que o homem tenha matado a enteada e se suicidado. A motivação do crime seria o ciúme que o suspeito tinha pela garota.

Segundo a polícia, em abril do ano passado, a jovem chegou a ficar internada no Hospital de Urgências de Anápolis (Huana) após levar uma paulada na cabeça. A família fez o registro da ocorrência na delegacia da cidade, mas o agressor nunca foi descoberto. Dias depois do fato, quando já estava em casa se recuperando dos ferimentos, Loanne recebeu uma carta anônima com várias ameaças de morte.

No bilhete, há uma frase que parece remeter ao episódio da agressão: "Como você tem sorte de não ter morrido". Em outro trecho, a estudante é ameaçada: "O inferno te espera". No fim da carta, ainda está escrito: "Seu dia chegará". E o garimpeiro também é citado no texto: "Desta vez, o seu padrasto maldito não vai tá por perto".

Para chegar ao resultado, os peritos compararam quatro documentos: um com teor ameaçador, apresentado pela própria vítima quando foi agredida; uma folha de caderno com uma poesia e uma rubrica de Joaquim, um bilhete em que ele reclamava do fato de a jovem ter pintado o cabelo e, por último, uma carta aparentemente suicida, enumerou o delegado que comandava a investigação na época, Rodrigo Jayme.

O delegado regional de Anápolis, Álvaro dos Santos, afirma que não tem informações sobre a conclusão de outros laudos, como a análise das cinzas de cigarro e do líquido de uma garrafa encontrados na cena do crime. Também foram periciados o celular das vítimas e um notebook de Loanne, pois a polícia quer saber se os dois trocaram mensagens e qual era o conteúdo delas. Em janeiro, o laudo cadavérico comprovou que causa da morte dos dois foi uma explosão provocada por dinamite.

O crime

Loanne e Joaquim foram encontrados mortos no dia 17 de dezembro, no Morro do Frota, ponto turístico de Pirenópolis, a 67 km de Anápolis. De acordo com a Polícia Civil, o padrasto e a enteada morreram abraçados, estando Joaquim com o pé acorrentado e Loanne amarrada com uma corda a uma árvore.

Ao G1, a mãe da estudante e mulher do garimpeiro, Sandra Rodrigues da Silva, disse que tenta aceitar a tese da polícia de que o marido planejou o crime.

"Éramos felizes e nunca pensei que minha família iria ficar no meio de uma tragédia assim. Convivi oito anos com ele [Joaquim] e nunca pensei que ele pudesse ser capaz de cometer um crime. Por isso, penso que outra pessoa possa ter feito isso com os dois, mas infelizmente tudo aponta para ele mesmo", lamentou.

Cerca de um mês antes das mortes, o garimpeiro contratou um seguro de vida no valor de R$ 30 mil, no qual seu filho biológico aparece como beneficiário. Segundo o então delegado do caso, Rodrigo Jayme, uma testemunha contou que Joaquim teria pedido informações no banco se a apólice cobriria casos de suicídio. "Esse é mais um elemento que leva a crer que ele pode ter forjado a cena do crime para parecer que foi vítima e não autor", afirmou.

O rapaz que seria o beneficiário do seguro relatou em depoimento que estranhava o amor que o pai sentia por Loanne. Já a outra filha biológica do garimpeiro afirmou que acreditava mesmo que o pai tenha planejado o assassinato da estudante.






Fonte: TV Anhanguera

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