Mato Grosso é o terceiro em descargas elétricas no país
Alto Araguaia (414 km ao Sul de Cuiabá) é o município de Mato Grosso com maior incidência de raios por quilômetro quadrado.
Enquanto no país a média é de 5,99 por km², no município é de 14,37. Em seguida, aparece São José do Xingu (1.200 km a Nordeste da Capital), com 13,63 descargas elétricas por km² ao ano
Na lista elaborada pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), sobre as 10 cidades com maiores incidências de raios, constam ainda Santo Antônio de Leverger, Jaciara, Itiquira, Reserva do Cabaçal, Salto do Céu, Alto Taquari, Vila Rica e Alta Floresta. Cuiabá ocupa o 14º posto, com 10,49 raios por km² por ano.
De 2000 a 2012, pelo menos 88 pessoas morreram após serem atingidas por raios em Mato Grosso, o terceiro em incidência de raios por km² ao ano, com 6,81. O Estado perde apenas para Amazonas e Pará.
No país, foram 1.601 mortes no período de 12 anos. A maioria das vítimas é de homens (82), com idade entre 20 e 39 anos.
Cerca de 45% dos casos ocorreram durante o verão, estação mais propícia para descargas elétricas.
Em 28 de dezembro de 2012, Leandro Aparecido da Silva, 31 anos, e Carlos Peres, 25 anos, morreram atingidos por um raio, quando jogavam bola em campo de futebol em Tangará da Serra (240 km a Noroeste), enquanto chovia. Outras pessoas sentiram o desconforto, mas não tiveram ferimentos graves.
Conforme o Elat, 130 pessoas morrem vítimas de raios por ano no Brasil. Além das vítimas fatais, cerca de 500 pessoas ficam feridas.
Com 24% dos casos de morte, o setor da agropecuária é a que mais registrou óbitos. São casos de trabalhadores rurais recolhendo animais; fazendo plantações ou corte com enxadas, pás, facões, ou carregando estes instrumentos metálicos.
Ficar embaixo de árvores durante a tempestade representa 10% das mortes, 15% das vítimas estavam dentro de casa, 12% em transporte, 5% na praia e 2% ao telefone.
No Brasil, caem 50 milhões de raios por ano. A explicação é geográfica: é o maior país da chamada zona tropical do planeta - área central onde o clima é mais quente e, portanto, mais favorável à formação de tempestades.
As descargas elétricas riscam quilômetros de céu até atingirem o solo, com uma voltagem de 100 milhões de volts. Comparando com uma tomada caseira, a voltagem é praticamente um milhão de vezes maior.
Mitos
Os mitos propagados sobre os raios são de que eles não caem duas vezes no mesmo lugar.
Conforme o Inpe, isso não é verdade. A estátua do Cristo Redentor, cartão postal do Rio de Janeiro, por exemplo, recebe ao menos seis descargas atmosféricas por ano.
Outra crença sem fundamento científico é cobrir espelhos durante a queda de raios. O mito vem dos tempos em que os espelhos tinham molduras metálicas bem grossas, um atrativo para as descargas.
Veículos fechados são o local mais seguro contra raios. Segundo o Elat, nunca ninguém morreu no Brasil atingido por raio dessa forma.
Se o carro é atingido por um raio, a descarga elétrica se espalha por sua superfície metálica, sem atingir quem está dentro dele
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