Desmembrar usina é opção só no futuro, diz operadora de Fukushima
Desmembrar a usina nuclear de Fukushima, da controladora Tokyo Eletric Power (Tepco), poderá ser uma opção apenas no futuro, caso a desativação da planta ocorra sem problemas.
Quase três anos depois de um devastador terremoto seguido de tsunami atingir a usina, a Tepco ainda está lutando para conter a água radioativa no local e recuperar suas finança.
"Pagar compensação (para desalojados), descontaminação da água e o trabalho na usina de Fukushima: há um monte de trabalho a ser feito... Temos que continuar fazendo isso, enquanto mantemos a segurança, o sentido de responsabilidade, o dever e a moral dos trabalhadores" , disse o presidente da Tepco, Naomi Hirose, em entrevista à Reuters, neste sábado (18).
Hirose disse que se as condições de trabalho melhorarem significativamente em Fukushima e a escassez de mão de obra deixar de ser um problema, a empresa poderá avaliar desmembrar a parte desativada Fukushima do resto da planta, sugestão feita por políticos desde o desastre. Mas, por enquanto, Hirose disse que continua se opondo a essa solução.
O Japão, na semana passada, aprovou um plano destinado à Tepco, maior empresa de serviço público da Ásia, cujo objetivo é reduzir em US$ 46 bilhões as despesas ao longo de 10 anos. Além disso, busca atualizar as usinas de combustíveis fósseis e realizar acordos com outras empresas para buscar gás natural liquefeito (GNL) de forma mais barata.
Mas o plano central para o renascimento da Tepco é o reinício dos reatores em Kashiwazaki Kariwa, a maior usina nuclear do mundo, já em julho, iniciativa que enfrenta forte oposição de um governador local, que defende a liquidação da empresa.
O governador Hirohiko Izumida, de Niigata, que abriga a usina Kashiwazaki - a cerca de 300 km a noroeste de Tóquio- disse na semana passada que o plano de Tepco não leva em conta a posição de acionistas e bancos responsáveis. Ele também disse que a Tepco não deve ser autorizada a considerar reiniciar suas outras instalações nucleares antes de uma revisão global do desastre de Fukushima.
Já a Tepco rebateu dizendo que pode ter de aumentar os preços de eletricidade em até 10% se a retomada de Kashiwazaki atrasar ainda mais.
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