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Cidades
Quinta - 12 de Setembro de 2013 às 06:40

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A passeata dos trabalhadores da rede estadual de educação em greve reuniu cerca de 1,5 mil pessoas nesta quarta-feira (11) em Cuiabá. Mesmo sob altas temperaturas os educadores realizaram um longo percurso pelo Centro Político e Administrativo (CPA). Durante o ato público o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público de Mato Grosso Henrique Lopes do Nascimento foi notificado sobre decisão liminar caracterizando a greve como "abusiva", mas a categoria reforçou o posicionamento contrário à Justiça.

"Ilegal é o governo do Silval", foi um dos gritos levantados pela multidão que partiu do acampamento dos trabalhadores ao lado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT). Trinta caravanas do interior, com cerca de 700 pessoas, chegaram em Cuiabá para participar do ato público. Os professores Roberto Carlos Rocha de Vila Rica (1.259 km a Nordeste da Capital) e Meire Mazureki de Alta Floresta (803 km ao Norte da Capital) superaram o cansaço da viagem de ônibus para participar da manifestação.
Pelo menos 40 municípios estiveram representados e com bandeiras, camisetas e acessórios como vendas pretas e narizes de palhaço, os educadores protestaram contra a decisão judicial. Crianças e jovens também integraram a passeata que iniciou na avenida Historiador Rubens de Mendonça.
Peregrinação
"É nesse sol escaldante de Cuiabá que nós vamos dar a resposta a este governo de Mato Grosso", disse Henrique Lopes do Nascimento no início da passeata. O presidente do Sintep/MT lembrou que após a autorização de Silval Barbosa (PMDB) para que realizassem os estudos para atendimento da pauta de reivindicações junto à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) o próprio governo tomou atitude contrária.

"Foi assim que agiu o governador. Ele autorizou que fosse feita a projeção da dobra do poder de compra ao mesmo tempo que sorrateiramente buscando a ilegalidade da greve", conclui Henrique.
Depois de passar pela obra do viaduto da Sefaz na avenida Historiador Rubens de Mendonça os trabalhadores entraram no CPA em direção ao Tribunal de Justiça. Em frente a este prédio os educadores protestaram contra a decisão do desembargador Marcos Machado.
A liminar expedida nesta terça-feira (10) declarou o movimento como "abusivo", determinando o retorno dos trabalhadores sob pena de multa de cerca de R$ 23 mil ao sindicato. Mas, quem foi considerado abusivo foram o governo e o judiciário.

"Abusivo é chamar esta casa de Tribunal de Justiça. Abusivo é esta instituição ignorar o cumprimento da Constituição Estadual", declarou o secretário de articulação sindical Julio Cesar Martins Viana.
A frequência de liminares que são concedidas ao governo contra trabalhadores em greve foi amplamente protestada. "Machado, Machado, nós somos abusados", gritavam os manifestantes.
A diretora regional do Nortão 2 Francisca Ilmarli Teixeira disse que os profissionais da educação não podem ser classificados como grevistas ilegais. "Alta Floresta viajou 800 quilômetros para lutar forte em Cuiabá. Ilegal é a condição da merenda escolar, da categoria que amarga um dos piores salários do Estado".

No Palácio do Governo Henrique foi notificado da decisão liminar e assinou o documento levados pelos oficiais. "Surpreso estaríamos se a decisão fosse a favor dos trabalhadores, porque esse tribunal nunca decida pela classe trabalhadora".
Em seguida os manifestantes seguiram em passeata para a Assembleia Legislativa, onde exigiram o envolvimento dos parlamentares para uma reação positiva do governo com a categoria. "Se não houver proposta não temos elementos para retornar às nossas atividades. Em greve estamos e em greve vamos continuar", disse Henrique.
Atividades
No sábado (14) será realizado o Conselho de Representantes na sede do Sentir/MT em Cuiabá. Os delegados irão avaliar a paralisação até o momento e se preparar para a assembleia geral de segunda-feira (16), às 14h, na Escola Estadual Presidente Médici.
O acampamento continua mantido no CPA em Cuiabá com a participação dos profissionais do interior.
 





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