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Polícia
Sexta - 06 de Agosto de 2010 às 09:40

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A polícia em Colíder (a 650 km de Cuiabá) localizou mais duas vítimas da suposta prática de abuso sexual por parte do ortopedista Célio Eiji Tobisawa, 43 anos, preso em Cuiabá no último dia 27 após ser denunciado por três pessoas. A localização da quarta e da quinta vítima marca a conclusão do inquérito policial enviado ontem à Justiça indiciando o médico por estupro de vulnerável (pena de oito a 15 anos de detenção) e desvio de função.

De acordo com o delegado responsável, Sérgio Ribeiro Araújo, foram ouvidas 11 testemunhas e todas as cinco vítimas localizadas. Todos os depoimentos, diz Araújo, confirmaram o desvio de conduta do médico e os abusos sexuais praticados. Tobisawa, que atuava no Hospital Regional de Colíder, é acusado de se aproveitar do estado de sedação de pacientes homens durante um procedimento denominado infiltração para fazer sexo oral neles, que só percebiam o ato ao acordar.

Apenas uma dessas novas vítimas encontradas, conta o delegado, foge do padrão físico das demais – homens de idade entre 25 e 30 anos, de pele e olhos claros. Entretanto, os relatos seguem a mesma linha dos três primeiros, com exceção de alguns detalhes. J.E.M, por exemplo, contou que, antes de ser sedado, o médico chegou a passar a mão e alisar suas pernas ao mesmo tempo em que perguntava se ele tinha namorada ou se era casado.

O paciente chegou a protestar, inclusive, mas logo ficou sedado e, ao acordar, notou que o médico fazia sexo oral nele, assim como as primeiras três vítimas contaram. Já o depoimento de J.J revela que o médico teria lhe massageado no pênis e beijado-lhe a barriga.

O caso que levou a polícia a Tobisawa aconteceu no dia 25 de junho. Um paciente atendido para procedimento de infiltração percebeu, ao acordar, que o médico lhe fazia sexo oral. Assustado, ele até tentou agredir o médico e saiu chorando desesperadamente para contar o que havia acontecido a outros funcionários do hospital, que o orientaram a registrar um boletim de ocorrência.

Com base nisso, a polícia consultou o histórico de pacientes do mesmo procedimento e encontrou outras vítimas, o que bastou para a Justiça de Colíder determinar a prisão preventiva do médico, mas ainda desconcerta os colegas do médico nas duas clínicas onde ele atuava em Cuiabá.

Casado e pai de duas meninas, Tobisawa sempre foi visto como um profissional exemplar sobre o qual nunca pesou sequer uma queixa. Tobisawa tentou um habeas corpus na Justiça, mas teve o pedido de liminar indeferido. O advogado de defesa, Manoel Francisco da Silva, informou que aguarda o julgamento do mérito e o posicionamento do Ministério Público sobre o caso. (RD)






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