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Nacional
Segunda - 16 de Agosto de 2010 às 12:32
Por: Mario Campagnani

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Policiais deixaram as armas para virarem príncipes, e meninas que descobriram cedo como a falta de dinheiro pode ser uma barreira se tornaram princesas na noite de sábado.  Moradoras do Morro da Providência, no Centro do Rio, 16 debutantes comemoraram seus 15 anos com uma festa organizada pelos policiais militares da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) de sua comunidade. A festa de gala, que aconteceu no Centro Cultural José Bonifácio, na Gamboa, teve tudo com o que elas sonharam: vestido bordado, tiara de strass, valsa com velas, fotos e muita emoção, especialmente das mães.

Muitas não contiveram as lágrimas ao verem as filhas, como Luzia da Silva, mãe de Natália, cujo aniversário, em 27 de junho, passou em branco.

— Minha mãe e meu padrasto tinham barracas no camelódromo na Central do Brasil, que foi incendiado. Sei que a situação não é fácil, por isso não tive uma comemoração. Quando soube que ia ter uma festa, tanto eu quanto ela ficamos muito empolgadas — disse Natália.

Na hora da tão esperada valsa, as meninas não fizeram feio. Depois de dias de ensaio para não errarem os passos, foram elas que assumiram o comando do salão, inclusive dando dicas aos príncipes, no caso, os oficiais da Polícia Militar das UPPs. Até o secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, arriscou uns passos e, segundo as adolescentes, se mostrou um dançarino respeitável.

O sucesso da festa foi tão grande que, ontem, virou o assunto do dia entre os moradores da Providência. Agora, todos querem que o evento seja realizado anualmente. O co$da UPP no morro e idealizador do baile, capitão Glauco Schorcht, contou que já existe uma lista de espera com as debutantes de 2011. 

De todas as famílias que comemoraram no sábado, nenhuma estava mais feliz que a da debutante Lucimar Santana. Com problemas de paralisia cerebral, que a deixaram na cadeira de rodas, sem poder se locomover sozinha e falar, Lucimar teve uma festa e um tratamento que sua avó, Vera Lúcia Santana, de 57 anos, se emociona só de lembrar:

— Não consegui dormir esta noite (de sábado para domingo) pensando no baile. Nunca vi nada tão lindo.
Apesar de suas limitações, Lucimar também aproveitou a festa. Usando um vestido branco, ela foi para o salão, participou da valsa com as demais meninas e só foi embora no fim da festa. Segundo Vera, a neta queria curtir todos $minutos, afinal a menina não tem muitas chances de ir a eventos parecidos:  — Eu trabalho como faxineira na Uerj para sustentar meus oito netos e a minha filha, que teve problemas de saúde. Tenho ajuda do meu ex-marido, mas, mesmo assim, a situação é muito complicada.





Fonte: Do G1

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