Magistrado é acusado de oferecer dinheiro à crianças em troca de sexo
A Corregedoria Geral de Justiça investiga denúncia contra o juiz da Comarca de Paranatinga Fernando Márcio Marques de Sales de abuso sexual de crianças e adolescentes. Depoimentos revelam que o magistrado oferecia dinheiro em troca de relações sexuais com adolescentes de bairros periféricos do município. Enquanto é investigado, o juiz será transferido para Cotriguaçu (950 quilômetros de Cuiabá).
No último dia 2 a Polícia Federal encaminhou ao Ministério Público Estadual declarações das menores e, segundo assessoria do MPE, dois dias após as denúncias foram encaminhados à Corregedoria do TJ, responsável por apurar casos envolvendo magistrados.
Uma das adolescentes ouvidas, conforme informações divulgadas pelo jornal A Gazeta, contou que conheceu Márcio Marques quando tinha 15 anos e, na companhia de uma amiga de 12 anos, foi abordada pelo investigado que lhe ofereceu carona e as levou para a casa dele, onde acariciou as nádegas de J. e os seios de B., além de comentar sobre o interesse de transar com elas. J. contou que era virgem, despertando ainda mais o interesse do juiz. Na ocasião, nada aconteceu e ele presenteou R$ 100 para cada uma das jovens.
Dias depois, o magistrado entrou em contato com B. e marcou um encontro na casa dele com as primas, mantendo relações sexuais com as duas. Conforme o depoimento da adolescente, ela e o juiz transaram na frente de J., que também terminou cedendo às investidas de Sales, diante da promessa de ser presenteada com um computador, que nunca recebeu. B. confirma que saiu outras vezes com Sales, mas nunca ganhou nada em troca mesmo diante de várias promessas.
Como se interessou pela irmã caçula de J., a menina A.S.V., 10, o juiz ofereceu a B. um notebook e um book de fotos por um encontro com a criança. A. contou à PF que o magistrado tentou beijá-la na boca, tirar a roupa da criança e tocar a vagina. A vítima reagiu e começou a chorar de medo. Na época, ela tinha 9 anos.
Relatos da criança dão conta que ela e a prima seguiam para o Clube Denise quando o magistrado apareceu de carro e ofereceu carona. A menina entrou no veículo por determinação de B. Embora tivesse afirmado que levaria as duas ao clube, o juiz teria seguido para uma região conhecida como Cohabinha Nova, em um mato. No local, Sales tentou agarrar a menina, mas não conseguiu e também não a forçou.
O depoimento aponta que ao deixar as jovens no mesmo local onde as havia encontrado, Sales pediu que B. levasse A. até a sua casa à noite, oferecendo R$ 200 para transar com a criança.
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