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Nacional
Terça - 17 de Agosto de 2010 às 15:29

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Aulas mais diversificadas, maior quantidade de aulas de reforço, ambiente escolar limpo e conservado, computadores com acesso à internet. Esses foram os principais itens observados durante pesquisa realizada com alunos do 6º e 7º anos do Ensino Fundamental da rede municipal e que teve como objetivo ouvir a opinião da escola sobre os desafios do segundo segmento.

Além dos alunos, professores e diretores de 40 escolas do município do Rio também foram ouvidos. O diferencial, desta vez, foram os entrevistadores: 120 alunos (3 por escola) de 8º e 9º anos, também do Ensino Fundamental, que receberam treinamento especial para realizar o trabalho, batizado de Megafone na Escola, parceria entre a Secretaria Municipal de Educação e o Instituto Desiderata.

Considerado um dos maiores desafios educacionais no município do Rio, o segundo segmento do ensino fundamental vem apresentando resultados insatisfatórios na Prova Brasil, de acordo com a secretária de Educação do município, Claudia Costin. Em 2005, os alunos de 6º ao 9º anos tiveram média 4,71. Em 2007, o indice diminuiu, passando para 4,60. Já em 2009, a média voltou a aumentar, chegando a 4,88, de acordo com a secretária. Esse resultado, porém, ainda está aquém do esperado em um município que possui 986 escolas de Ensino Fundamental, sendo 405 de segundo segmento, onde estudam 249 mil alunos.

"A nota do primeiro segmento do ensino fundamental disparou ana Prova Brasil. O segundo segmento também cresceu, mas a melhora foi menor", afirmou. "Este é um gargalo presente no país inteiro, mas no Rio de Janeiro é onde temos os maiores desafios".

A pesquisa apontou que 29% dos alunos entrevistados acreditam que o valor mais importante para que a escola se torne um lugar melhor para estudar é a conservação do local. Os resultados também mostram como os adolescentes estão cada vez mais ligados ao mundo digital. Para 24,4% dos entrevistados, a escola ideal é aquela que possui computadores conectados a internet, enquanto 18, 5% acreditam que mais espaços para a prática de esportes fariam da escola um ambiente melhor para os estudos.

Já para os professores, a melhor escola é aquela onde a participação dos pais é maior, acompanhando a vida escolar dos filhos e interagindo no próprio dia a dia da escola. As regras de convivência entre os alunos foram o segundo item mais importante apontado pela pesquisa, com 28,2%, mostrando que o bom relacionamento é vital para as aulas. Pontos como mais contato com a diretoria, mais espaço para a prática de esportes e melhor conservação do espaço também foram considerados relevantes pelos professores.

"Essa pesquisa é importante para que os próprios alunos possam ter a noção do que eles podem fazer para melhorar as condições do local onde estudam. E também para compreender que os professores precisam de sua colaboração para tornar as aulas mais produtivas", analisa a pedagoga Aline Feijó. "Com o resultado, os alunos vão mostrar aos pais que a participação deles é fundamental".

Quando o assunto são as aulas, a opinião de alunos e professores é bem diferente. Os estudantes consideram que, apesar da maioria dos professores ensinar bem a matéria, os mesmos não têm prazer com o que fazem. Outro dado que chama atenção é o fato de que mais da metade dos alunos entrevistados não se sente à vontade para tiras as dúvidas com os professores em sala de aula. Já para os professores, o principal problema em sala é que a maioria dos alunos não se esforça para aprender as matérias (42%), apesar do tempo que passam para preparar aulas e corrigir as provas.

As divergências de opinião só cessam quando as perguntas são direcionadas para a transição entre o primeiro e o segundo segmentos: 43% de alunos e professores acreditam que os estudantes tinham mais facilidade no 5º ano. Um dos motivos é o aumento do número de matérias e professores especializados. Além disso, as mudanças dos próprios alunos, que estão passando da infäncia para a adolescëncia, também é fator que influencia na qualidade do ensino.

"Respeitar as características dos alunos é fundamental para o bom andamento do segundo segmento. O adolescente possui seus próprios códigos, sua própria linguagem e suas próprias referëncias. E o professor, se quiser conquistar a simpatia do aluno, precisa conducer - e até participar - desse universo, se quiser uma boa participação em sala de aula. Mas o aluno também deve se esforçar para aprender. Essa deve ser uma experiëncia conjunta", completa Aline Feijó.





Fonte: Terra

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