Segudo Coutinho, diante da crise econômica mundial do ano passado, não haveria mercado privado para substituir os R$ 100 bilhões excedentes que o Testouro Nacional aportou no BNDES. "Considera-se, então, que 100% dos empréstimos do BNDES tenham provocado efeito direto sobre o PIB", disse.
Com a melhora da situação nacional, sustentada pelo mercado consumidor interno, mas com o novo agravamento da situação internacional, com a crise na Europa, o BNDES estima que cerca de 50% dos empréstimos concedidos pelo banco poderiam ter sido feitos no mercado privado.
Dos R$ 180 bilhões aportados pelo Tesouro, excluindo-se o montante voltado para capital de giro e de crédito à exportação, o BNDES utilizará R$ 144,7 bilhões para financiar investimentos produtivos no país.
A estimativa utilizada pelo banco considera que, para cada R$ 1 gasto em investimentos, há um aumento potencial do PIB de R$ 0,50. Coutinho acredita que os empréstimos concedidos pelo BNDES levaram a um aumento potencial do PIB em 2009 e em 2010 de R$ 229 bilhões. "Esses investimentos não ocorreriam se não fosse o BNDES. Além disso, ainda geraram um benefício fiscal de R$ 46 bilhões", disse Coutinho.
O ministro da Fazenda lembrou que estes R$ 229 bilhões representam cerca de 7% da soma dos PIBs de 2009 e de 2010. "O PIB teria sido 3 pontos percentuais menor em 2009 e teria 4 pontos percentuais a menos do que a previsão de 6,5% a 7% este ano", disse Mantega.
(Juliana Ennes | Valor)
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