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Ciência
Terça - 24 de Agosto de 2010 às 15:29

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Os marinheiros que participaram das operações de limpeza da maior maré negra da história espanhola, no final de 2002, após o naufrágio do petroleiro Prestige, apresentam alterações em seu DNA e problemas pulmonares, de acordo com um estudo divulgado nesta terça-feira.
 

O estudo, realizado por pesquisadores espanhóis entre setembro de 2004 e fevereiro de 2005 com 501 marinheiros que participaram dos trabalhos de limpeza e com 177 que não atuaram, foi publicado na revista americana especializada Annals of Internal Medicine.

O informe mostra que "os marinheiros espanhóis que participaram da limpeza da maré negra na costa têm uma frequência maior de problemas respiratórios (...) e alterações cromossômicas nos linfócitos, em comparação com aqueles que não participaram da limpeza".

Os "danos" observados nos linfócitos podem provocar um "risco maior de câncer", segundo o estudo. Apesar disso, "o estudo não prova que a exposição ao petróleo tenha causado estas anomalias", advertem os pesquisadores.

"Assim, suas conclusões não podem prever os efeitos que outras marés negras como a do Golfo do México poderão ter nos indivíduos expostos a elas", continuam. No entanto, o estudo indica que "a exposição aos sedimentos de petróleo, inclusive por um curto período, pode ter efeitos negativos para a saúde".

"Como, infelizmente, haverá outras marés negras, é crucial que as autoridades responsáveis pelas operações de limpeza tomem medidas apropriadas para garantir a proteção sanitária daqueles que participam destas operações", concluem os pesquisadores, que pedem um "acompanhamento sistemático" da saúde dos trabalhadores após a limpeza.

O petroleiro liberiano Prestige, com bandeira das Bahamas e carregado com 70 mil toneladas de óleo combustível, afundou no dia 13 de novembro de 2002 na costa da Galícia (norte), depois de ter ficado à deriva durante seis dias no Atlântico após uma avaria.

Cerca de 50 mil toneladas de combustível foram derramadas no mar e contaminaram milhares de quilômetros do litoral atlântico espanhol e, em menor escala, dos litorais francês e português. Mais de 300 mil voluntários convocados em toda a Europa participaram das operações de limpeza. O início do julgamento dos responsáveis por esta catástrofe ambiental está previsto para o final deste ano.

 





Fonte: Terra

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