Pesquisa responde pergunta de quanto custa produzir uma arroba de boi em Mato Grosso
Produtividade e gestão são a saída para a pecuária
A Associação dos Criadores de Mato Grosso – Acrimat, encontrou a resposta de quanto custa produzir uma arroba de boi em Mato Grosso, através de um levantamento solicitado ao Imea - Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária.O levantamento foi realizado no período de agosto de 2009 a julho de 2010 e o estado dividido em micro 21 microrregiões, representando os 141 municípios mato-grossenses. As propriedades foram divididas também por tamanho e número de cabeças de gado.
As respostas são diversas, pois foi levado em consideração o sistema de produção: ciclo completo (cria, recria e engorda), cria (produz bezerros) e engorda (compra bezerros, vende boi gordo). Foi levantado também o número de funcionários, como é feito o manejo dos bovinos, como é feita a reforma de pastagem, a adubação de correção na reforma, o uso de herbicida para dessecação na reforma, e outros itens.
O custo de produção foi dividido em duas variáveis o COE e o COT. O COE (Custo operacional efetivo) representa a soma de todos os custos de desembolso real da produção como: compra de animais; suplementação; controle sanitário; mão-de-obra; pró-labore; reforma de pastagem; controle de pragas e etc.; o COT (Custo operacional total) é a soma do COE mais o custo da terra (arrendamento) e a depreciação de máquinas e benfeitorias.
O levantamento mostrou que no sistema de produção de ciclo completo o produtor recebeu de agosto de 2009 a julho deste ano em média R$ 68,05 pela arroba, o custo operacional efetivo foi de R$ 62,65 e custo operacional total foi R$ 85,51. Nesse caso, se levar em conta o preço da arroba com o COE, o ganho do produtor foi de R$ 5,40 por arroba, que representa 7,9%, quando a conta é feito com o COT o prejuízo é de R$ 17,47, ou seja, menos 25,7%.
No caso do sistema de cria, o preço médio da arroba foi de R$ 68,65, o COE foi de R$59,51 e o COT de R$ 78,33, o que representa um ganho de R$ 9,14 (13,3%) e levando em conta o COT desvantagem de R$ 9,68 (- 14,1%).
Quando o produtor opta pelo sistema de engorda, recebeu R$ 68,95 em média pela arroba, investiu seu COE R$ 62,74 e o COT R$ 73,37. A margem media nesse caso com o custo operacional efetivo foi de R$ 6,22 (9%) e quando levando em conta o custo operacional total perda de R$ 4,42, ou seja, de 6,4%.
Segundo os analistas do Imea a conclusão é que a rentabilidade da pecuária em 2009 foi ruim já que 14 das 17 microrregiões apresentaram o COT maior que o preço da arroba. Porém, 14 das 17 propriedades típicas tiveram margem operacional positiva, já que tiveram o COE menor que o preço da arroba. “De maneira geral, a pecuária em MT não está remunerando adequadamente o capital investido na atividade (terra, benfeitorias e máquinas), já que o preço da arroba é maior que o COE, porém menor que o COT”, disse o superintendente do Imea, Otávio Celidonio.
O superintendente da Acrimat, Luciano Vacari, analisa que por falta de políticas públicas voltadas para a pecuária de corte, o produtor não investe em tecnologia, na reforma de pastagem e na propriedade de forma geral. “Falta gestão também por parte dos pecuaristas. A maioria não sabe quando gasta e quanto ganha com a atividade. Ele não faz as contas e acaba perdendo dinheiro. A saída é o produtor aumentar a produtividade e fazer uma gestão profissional”, ressalta.
Para auxiliar o pecuarista, a Acrimat lançou o programa Gestão de Propriedades de Sucesso – GPS – que possibilita que o produtor identifique os índices financeiros, econômicos e técnicos de sua propriedade e permitindo que encontre os gargalos, já que a atividade é muito complexa. Estão participando do programa 231 produtores. O GPS é uma ferramenta simples, que tem acompanhamento técnico de consultores contratados pela Acrimat.
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