Goleiro Bruno e Macarrão chegam ao Rio para participar de audiência
Juíza rebate advogados e diz ser competente para julgar caso Bruno
Os dois viajaram em um avião da Polícia Civil mineira e foram entregues a cerca de 12 agentes que os aguardavam ao aeroporto em três carros da polícia do Rio. Eles farão exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal) de São Cristóvão (zona norte) e depois seguirão direto para a audiência no fórum de Jacarepaguá.
Os dois são acusados de sequestrar e agredir a ex-amante do jogador Eliza Samudio em outubro do ano passado. Na época, ela estava grávida de um filho que seria do goleiro. Em outro processo, eles são acusados ainda pelo desaparecimento e possível morte da jovem. Ela foi vista pela última vez no início do mês de junho.
Após a audiência, programada para começar as 14h, Bruno e Macarrão deverão ficar em Bangu 2, em celas separadas e não poderão receber visitas. A Justiça do Rio pediu que eles permaneçam no Estado por 30 dias, mas ainda não há confirmação do tempo que ficarão na cidade.
CASO
Por negar a paternidade, segundo a Promotoria de Justiça, Bruno e Luiz Henrique Romão, o Macarrão, sequestraram e agrediram Eliza. O caso, porém, só foi denunciado após o desaparecimento de ex-namorada do goleiro em junho. Os dois estão presos desde o dia 7 de julho no Complexo Penitenciário de Contagem (MG).
Conforme o juiz, inicialmente vão prestar depoimento as testemunhas da acusação, entre elas Milena Baroni Fontana (amiga de Eliza), Maria Aparecida Mallet (delegada da Polícia Civil que registrou a queixa de agressão), além de funcionários do prédio para qual Bruno levou a ex-namorada, após supostamente sequestrá-la.
Além do processo no Rio, Bruno e Macarrão foram denunciados pelo suposto assassinato de Eliza em junho passado. Essa ação penal, porém, tramita em Minas Gerais. Macarrão e Bruno negam as acusações.
Ércio Quaresma, advogado do goleiro, afirmou que estará no Rio amanhã, mas não confirmou a transferência o jogador. "Eu não sou babá de presos", afirmou. Quaresma disse ainda que amanhã deve ser julgado habeas corpus com pedido de liberdade para o goleiro e Macarrão.
Ao marcar a data para depoimento de testemunhas, o juiz decidiu que não é "razoável" mandar intimar Eliza para depor como testemunha de defesa do goleiro, como queria Quaresma.
Os advogados de Bruno tinham colocado Eliza, desaparecida desde junho, no topo da lista de testemunhas de defesa que incluem ainda a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, o diretor de Futebol, Zico, o ex-técnico Andrade e os jogadores Adriano e Vagner Love.
Tentar intimar Eliza, segundo o juiz, é apenas uma medida para atrasar o processo. "A intimação representaria violenta afronta ao princípio de razoabilidade", disse ao juiz. "Faculta-se à defesa trazê-la à audiência, caso realmente pretenda ouvi-la", diz o juiz.
Para o juiz, também não cabe intimar Adriano e Love, pois ele estão fora do país, respectivamente, na Itália e Rússia. Com isso, o juiz manteve como testemunhas de defesa de Bruno apenas Zico, Amorim, Andrade e os jogadores Paulo Victor e Christian Tarouco. Macarrão terá como testemunhas o pai de Eliza, Luis Carlos Samúdio, e os jogadores Leo Moura e Rodrigo Alvim, ambos do Flamengo.
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