Doenças respiratórias são agravadas
Tosses, espirros, dificuldade para respirar, falta de ar e pronto-socorro são alguns dos sintomas do inverno, que, aliás, entra no último mês. Porém, esse pesadelo pode ser evitado com algumas medidas simples. Gripe, resfriado, crises de asma e pneumonia são algumas das doenças respiratórias que tem seus índices aumentados devido ao aumento do tempo em que permanecemos em ambientes fechados, cheios de gente, e com pouca circulação de ar.
É este o ambiente ideal para o contágio de diversas doenças infecciosas respiratórias, que nos pacientes susceptíveis poderá determinar o desencadeamento de uma crise de asma, explica a dra. Marina Buarque de Almeida, diretora do Departamento de Pediatria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT). “As pessoas nessa época do ano passam mais tempo dentro de casa, com as janelas fechadas, e quando resolvem sair para passear, ao invés de irem a um parque escolhem o shopping. Esse aglomerado de gente em lugares fechados acaba facilitando a propagação de bactérias e vírus, aumentando o número de infectados”.
Por estarem com o sistema respiratório em formação, sem a experiência imunológica dos mais velhos, crianças são alvo fácil desses vírus e bactérias e precisam de mais atenção. Os primeiros dois anos de vida são mais críticos, afirma a dra. Marina, mas é recomendável estender essa faixa etária até os cinco anos de idade, onde as crianças ainda são “imunoexperientes”, ou seja, ainda não tiveram a chance de produzir os anticorpos contra as doenças.
De todas as doenças respiratórias, uma das que mais preocupa os pais é a pneumonia. A família tem que estar sempre atenta aos sintomas de tosse, febre e dificuldade para respirar. “É muito importante que a criança não deixe de se alimentar e dormir corretamente. Se estiver com dificuldades, os pais devem levá-la ao pediatra ou ao pronto-socorro para uma nova avaliação”, alerta a médica.
A pediatra ainda recomenda atenção ao tratamento indicado pelo médico, mantendo a regularidade dos horários e doses do remédio. Para os “baixinhos” que não colaboram com os antibióticos ou as medicações inalatórias, é recomendado que a mãe esteja sempre em contato com o médico para que ele possa adequar o tratamento e fazer avaliações durante o mesmo, evitando as surpresas.
A dra. Marina chama a atenção para uma frase bastante utilizada, o “princípio de pneumonia”. Na realidade não existe um começo de pneumonia, assim como não existe um começo de uma infecção, ou você tem, ou você não tem. Neste caso, na maioria das vezes o que está acontecendo é o acúmulo de catarro no pulmão, que pode ou não evoluir para uma pneumonia e em outras vezes é uma pneumonia ou broncopneumonia de pequena extensão.
Prevenção
Em caso de tosse, gripe ou febre é recomendável a preservação da criança para evitar maiores complicações no quadro. Evitar aglomerações, deixar de frequentar a escola ou creche por alguns dias pode ser necessário em algumas situações.
O contato entre pais e irmãos também pode transmitir os vírus e as bactérias, alerta a pneumologista. Por isso, crianças não devem compartilhar copos e talheres, que devem ser bem lavados após o uso.
As vacinas já disponíveis no país são medidas importantes que devem ser avaliadas junto ao médico, pois ajudam a proteger contra alguns tipos de pneumonia e contra a gripe. A vacina da pneumonia, inclusive, já está disponível gratuitamente para todas as crianças pelo SUS, fazendo parte do calendário do Ministério da Saúde.
Outro alerta da dra. Marina é para o tabagismo passivo. “Sabe-se comprovadamente que a criança que convive com fumantes, freqüentando ambientes com fumaça de cigarro estão mais suscetíveis a infecções do que crianças sem esse histórico”.
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