As inundações são o maior desastre natural da história do Paquistão em termos de quantidade de danos e pessoas afetadas, com mais de 6 milhões de habitantes forçados a deixar suas casas, cerca de um milhão deles nos últimos dias, quando as águas se encaminhavam para o sul.
O desastre matou cerca de 1.600 pessoas, causou bilhões de dólares de prejuízo em casas danificadas, infraestrutura e no importante setor da agricultura, além de ter espalhado raiva contra o governo, que é apoiado pelos Estados Unidos e tem mostrado dificuldade em lidar com o problema.
As águas estão começando a recuar na maioria do país, enquanto as correntes vão para o sul, mas fortes marés no Mar Arábico significam que elas ainda causam ameaças a cidades na provincial de Sindh, como Thatta, localizada 70 quilômetros a leste de Karachi.
A água fez o rio Indus transbordar perto de Thatta, assim como fez com outro canal que sai do rio, elevando o perigo, afirmou à Reuters Riaz Ahmed Soomro, comissário de resgate na província de Sindh.
"A água não chegou à cidade até agora, mas está se aproximando," afirmou Soomro.
Dezenas de milhares de pessoas deixaram a cidade, que fica no delta do rio e tem população de aproximadamente 300 mil pessoas, após as autoridades terem aconselhado os moradores a sair do local.
As enchentes começaram no final de julho, depois de torrenciais chuvas de monções terem caído sobre a bacia do rio Indus.
O número de mortos deve subir significativamente enquanto os corpos de pessoas desaparecidas vão sendo encontrados, disse a autoridade de gerenciamento do desastre.
Mesmo antes das inundações, a economia do Paquistão estava frágil. O crescimento, previsto para 4,5 por cento neste ano fiscal, agora deve ficar entre zero e três por cento.
As enchentes danificaram pelo menos 3,2 milhões de hectares de terras cultiváveis, cerca de 14 por cento da capacidade do país, de acordo com a agência de alimentação da ONU. O custo total dos danos às colheitas deve chegar a 2,86 bilhões de dólares.
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