"O diagnóstico de câncer é uma grande motivação para as pessoas pararem de fumar. A maioria dos pacientes que recebem esse diagnóstico tem um estímulo muito forte para cessar o tabagismo. No entanto, não é tão fácil parar de fumar. O cigarro causa uma dependência extremamente forte, mais forte do que outras drogas como o álcool e a cocaína", disse o médico.
De acordo com Fernandes, para o viciado em fumo parar de fumar, é preciso primeiro estar pessoalmente motivado para largar o vício. E, de preferência, contar com o apoio de uma equipe de especialistas. "A cada 100 pessoas que tentam, apenas quatro conseguem parar de fumar sem o auxílio de um especialista. Quando se tem o auxílio de uma equipe multiprofissional, fazendo terapia cognitiva e com o uso de medicações que diminuem o sintoma de abstinência, essa porcentagem de sucesso se multiplica 10 vezes", disse ele.
O médico afirmou ainda que quando um paciente com o diagnóstico de câncer não consegue parar de fumar, o tratamento é muito mais complicado. "O cigarro atrapalha na cicatrização. Além disso, a pessoa que fuma tem problemas cardiovasculares e respiratórios que levam com que todo o manejo dele durante a anestesia, a cirurgia e o pós-operatório seja mais complicado. Quem fuma e precisa fazer um procedimento de radioterapia, tem complicações da radioterapia muito mais frequentes do que quem não fuma. E uma terceira coisa é que alguns quimioterápicos não são tão eficazes numa pessoa que fuma em relação a uma pessoa que não fuma".
Para ajudar as pessoas que têm câncer e que, apesar disso, continuam fumando, o médico afirmou que o Instituto do Câncer tem oferecido um tratamento especial, que começa com uma reposição de nicotina, oferecido por meio de um adesivo, pastilha ou goma. A intenção é evitar os sintomas de abstinência e ajudar o paciente a conseguir ficar mais tempo sem o cigarro.
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