Nosso coração vive inquieto enquanto não repousa em Deus
Vamos alinhar as luzes?
Como está seu íntimo? Que pensamentos surgem de repente em sua cabeça? Quantas vezes você olha sua face no espelho e não se reconhece? Encontra ali uma pessoa agressiva, dura, que acabou de cometer uma besteira. Talvez tenha falado demais, gritado, ofendido alguém. Nesse momento, você mergulha em sua vida íntima e descobre que tudo aconteceu por causa de suas feridas interiores. Elas estão aí... Precisam ser curadas.
A vida íntima é uma força primitiva do espírito, avaliadora e criadora de valores, intensiva, capaz de atingir os graus mais variados. A decisão de xingar alguém, de acelerar o carro e fugir... Todas as decisões passam por sua vida interior. Elas ocorrem primeiro dentro de seu coração, nos movimentos mais profundos de sua alma.
Inicia-se, então, uma luta pessoal para resolver os problemas da vida íntima. É um tribunal de consciência que acontece em nossos pensamentos, nos quais somos os juízes de nossos atos e, ao mesmo tempo, o réu, o júri, o advogado de defesa e de acusação.
Nesse tribunal, levantamos provas a favor e contra nós mesmos, nos julgamos inocentes ou culpados e nos enxergamos pelas lentes de nossa auto-imagem. É nesse tribunal que decidimos se nossa consciência vai pesar ou não, quando paramos nossos trabalhos, quando nos aquietamos, quando nos encontramos sozinhos, diante de nossas atitudes e pensamentos concretos do dia a dia.
Quantas vezes você gostaria de interromper esse processo, mas não pode? Sua cabeça não pára de pensar. Nosso coração vive inquieto, na insatisfação, enquanto não repousa em Deus. Porque somos feitos para o Deus vivo e porque nossa alma só pode repousar Nele.
Gosto da seguinte analogia: quando um navio vai se aproximar de um cais para aportar, o prático ou o timoneiro tem de ser muito preciso e usar muita perícia para levar o navio com segurança até o lugar certo, no ancoradouro.
Não é qualquer lugar, mas o lugar certo. Para ajudar o responsável por guiar aquele navio, evitando os perigos das águas litorâneas e rasas, o porto tem uma série de luzes instaladas na água e na costa, que orientam e informam, a cada momento, sobre sua posição. Para saber que está na direção certa, livre de todos os perigos, o timoneiro tem de estar sempre numa posição tal que todas as luzes estejam enfileiradas. Quando se olha para aquelas luzes e se enxerga uma só, é porque elas estão todas alinhadas. Enquanto as luzes permanecem assim, ele sabe que o navio está percorrendo a trajetória certa. E seguindo dessa forma, mantendo sempre a sua direção por meio das luzes, o navio chegará seguro, sem perigo de naufrágio.
Da mesma forma, podemos alinhar as luzes que norteiam a nossa vida para podermos alcançar o porto seguro. Vamos alinhar as luzes em direção ao Senhor?
Seu irmão,
Monsenhor Jonas Abib
Fundador da Comunidade Canção Nova e Presidente de Honra da Fundação João Paulo II. É autor de 48 livros, milhares de palestras em áudio e vídeo. Acesse: www.padrejonas.com / http://twitter.com/padrejonasabib
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