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Cidades
Sábado - 14 de Setembro de 2013 às 07:48

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Uma semana após a Justiça decretar a prisão do delegado João Bosco de Barros, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e da mulher dele, a investigadora Gláucia Cristina Moura Alt, a Polícia Civil ainda continua as buscas pelos acusados. Eles foram denunciados pelo Ministério Público do Estado por associação ao tráfico de drogas e corrupção passiva.

As prisões foram decretadas na última sexta-feira (6) pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da Vara Especializada de Crime Organizado, Ordem Tributária e Econômica e Administração Pública de Cuiabá. Responsável pela defesa do casal, o advogado Paulo Taques chegou a dizer na segunda-feira (9) que seus clientes se entregariam à Corregedoria da Polícia Civil “nos próximos dias”.

A reportagem tentou contato com Taques nesta sexta-feira (13) para obter uma nova previsão de apresentação do delegado e sua esposa, mas ele não atendeu aos telefonemas.

O delegado e a mulher são acusados de receber vantagem indevida para proteger e dar cobertura a traficantes. Os dois foram presos em junho, durante a Operação Abadom, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A operação desarticulou uma quadrilha de tráfico de drogas que atuava na Grande Cuiabá. Bosco e a esposa foram libertados uma semana depois.

Narcotráfico
Os crimes teriam ocorrido entre janeiro e março deste ano. O grupo investigado comercializava drogas em Cuiabá e outras regiões de Mato Grosso, e era considerado um dos principais distribuidores de pasta-base no estado.

A Vara Especializada de Crime Organizado determinou ainda a prisão de outras 13 pessoas, entre elas quatro investigadores. Os policiais civis, acusados de concussão, extorsão mediante sequestro e abuso de autoridade, já se entregaram e estão presos na Polinter.

Outros sete réus já estavam presos em Cuiabá desde que a operação foi deflagrada, um está foragido e outro está preso no Pará. Esses nove são acusados de tráfico de drogas e associação ao tráfico.

Conduta "repugnante"
Para a magistrada Selma Rosane Santos Arruda, os seis policiais civis foram os que tiveram conduta mais reprovável entre todos os denunciados, pois eram justamente aqueles que mais tinham o dever de agir com lisura. Sobre a soltura deles, a juíza afirmou que é “repugnante” aos cidadãos que autores de crimes “tão vis” sejam colocados em liberdade sem que seja sequer instruída a ação penal.

Selma Arruda afirmou ainda, na decisão, que os indícios do envolvimento do delegado ficaram evidenciados porque algumas negociações ilícitas teriam sido feitas na presença dele, dentro de casa, e que ligações de Gláucia e de um dos réus revelam que Bosco não apenas sabia, mas participava das negociações.

Os quatro investigadores da Delegacia de Roubos e Furtos teriam exigido de um traficante R$ 180 mil para libertar um “funcionário” dele. De acordo com a denúncia do MPE, parte das negociações referentes à suposta extorsão praticada por eles ocorreram na casa de Bosco e Gláucia.





Fonte: Do G1 MT

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