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Minas Gerais e São Paulo concentram quase 40% dos óbitos
Mortes por dengue batem recorde no Brasil
Desde o início de 2010, a dengue matou pelo menos 530 brasileiros. Esse número, que considera apenas os oito meses deste ano, já supera o antigo recorde, registrado em 2008, quando a doença fez 478 vítimas. Os Estados de São Paulo, com 120, e Minas Gerais, com 82 mortes confirmadas, concentram 38% de todos os óbitos do país.
Os dados foram levantados pelo R7 nas 26 secretarias estaduais de Saúde, além do Distrito Federal, e compreendem apenas as mortes confirmadas. Apesar disso, eles não são definitivos. Se, por um lado, o número de vítimas pode ser ainda maior, já que existem outros 202 óbitos em investigação, por outro, o Ministério da Saúde ainda vai revisar as informações fornecidas pelos Estados.
Além do recorde de mortes, a dengue tem provocado em 2010 mais casos graves. Até o dia 3 de julho, já foram notificados 9.688 casos de febre hemorrágica (a forma mais preocupante da doença) e dengue com complicações – os dados incluem casos confirmados e também os que ainda estão em análise. Esse número só é menor que o de 2008, quando foram confirmadas 22.140 ocorrências graves.
Em julho, quando as mortes por dengue ainda não eram recorde, o coordenador geral do Programa Nacional do Controle da Dengue, Giovanini Coelho, disse ao R7 que o número de vítimas é preocupante porque todas as mortes podem ser evitadas com diagnóstico precoce e atendimento adequado.
Depois de 2010, com 530 óbitos, e 2008, com as 478 mortes, os anos que mais registraram vítimas foram 2009 (298) e 2007 (295).
Por que o Brasil não se livra da dengue?
Há uma série de razões que justificam o aumento das mortes nos últimos anos. A principal delas – e mais repetida pelos especialistas – é o fato de o país estar vivendo, desde o final dos anos 90, surtos repetidos da dengue, que são causados pelos três tipos do vírus que circulam no Brasil. Isso aumenta as chances de uma pessoa se infectar novamente e, consequentemente, de desenvolver as formas graves da doença.
Mas, além disso, os números dos últimos anos também mostram que existem problemas no atendimento aos pacientes que se apresentam aos serviços de saúde. Apesar de o número de casos graves crescer por causa dos constantes surtos, especialistas dizem que isso não deveria ser sinônimo de um maior número de mortes.
Para impedir que uma pessoa perca a vida por causa da dengue, é preciso que a doença seja identificada o quanto antes e, além disso, que os serviços de saúde ofereçam um tratamento rápido.
O Brasil ainda vai conviver com a dengue por muitos anos – e o número de casos graves será cada vez maior. Para evitar que mais mortes ocorram, os especialistas lembram que, além de uma boa articulação dos serviços de saúde, é necessário capacitar mais profissionais de saúde e continuar com as campanhas de educação da população, que servem para acabar com os criadouros do mosquito da dengue.
Veja alguns motivos que explicam os surtos de dengue no Brasil
Vírus Tipo 1:
Existem quatro tipos de vírus da dengue. No Brasil, circulam três deles: 1, 2 e 3. As pessoas que já se infectaram com um dos tipos de dengue tornam-se imunes a esse tipo, mas ficam suscetíveis aos demais. Além disso, quando uma versão do vírus atinge uma região e retorna anos depois, ele vai infectar as pessoas que não estavam no local durante a primeira infestação – em geral, os mais jovens ou novos moradores. O atual surto se deve ao tipo 1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns Estados no final de 2009.
Condições urbanas:
O mosquito tem hábitos urbanos e se desenvolve dentro das casas. Além disso, com a expansão populacional e das cidades, existe maior acúmulo de lixo e entulho. Locais com água parada e limpa, como terrenos baldios, casas fechadas, caixas d’água abertas, calhas, pneus e telhas, favorecem os focos do mosquito.
Condições climáticas:
O calor e o aumento das chuvas no verão contribuem para a proliferação dos criadouros do mosquito. Já o excesso de água, por outro lado, não favorece aos criadouros. Os grandes temporais acabam exterminando esses focos. O Aedes aegypti gosta de água limpa e parada.
Articulação dos governos:
Para conter a dengue, o Ministério da Saúde repassa os recursos para Estados e municípios, que definem quanto será investido no combate à doença, conforme o cenário local. Portanto, essa tarefa é dividida. Para que esse modelo funcione, as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) precisam estar articuladas. O ministério admite que esse é um trabalho de difícil execução e que não envolve apenas os setores de saúde, o que complica ainda mais o trabalho.
Proliferação do mosquito:
A dengue já atinge áreas que antes estavam livres do mosquito. Em 1995, o Aedes aegypti, que transmite a doença, estava presente em 1.753 municípios brasileiros. Hoje ele se encontra em 4.007 localidades, o que equivale a 80% das cidades brasileiras. Com isso, mais pessoas ficam expostas ao mosquito.
Transporte de pessoas e de cargas:
Como existem mais pessoas fazendo viagens e mais produtos sendo transportados, aumentam as chances
de pessoas infectadas irem para locais livres da doença. Se elas forem picadas pelo mosquito, o vírus então
começa a circular nessas regiões
Os dados foram levantados pelo R7 nas 26 secretarias estaduais de Saúde, além do Distrito Federal, e compreendem apenas as mortes confirmadas. Apesar disso, eles não são definitivos. Se, por um lado, o número de vítimas pode ser ainda maior, já que existem outros 202 óbitos em investigação, por outro, o Ministério da Saúde ainda vai revisar as informações fornecidas pelos Estados.
Além do recorde de mortes, a dengue tem provocado em 2010 mais casos graves. Até o dia 3 de julho, já foram notificados 9.688 casos de febre hemorrágica (a forma mais preocupante da doença) e dengue com complicações – os dados incluem casos confirmados e também os que ainda estão em análise. Esse número só é menor que o de 2008, quando foram confirmadas 22.140 ocorrências graves.
Em julho, quando as mortes por dengue ainda não eram recorde, o coordenador geral do Programa Nacional do Controle da Dengue, Giovanini Coelho, disse ao R7 que o número de vítimas é preocupante porque todas as mortes podem ser evitadas com diagnóstico precoce e atendimento adequado.
Depois de 2010, com 530 óbitos, e 2008, com as 478 mortes, os anos que mais registraram vítimas foram 2009 (298) e 2007 (295).
Por que o Brasil não se livra da dengue?
Há uma série de razões que justificam o aumento das mortes nos últimos anos. A principal delas – e mais repetida pelos especialistas – é o fato de o país estar vivendo, desde o final dos anos 90, surtos repetidos da dengue, que são causados pelos três tipos do vírus que circulam no Brasil. Isso aumenta as chances de uma pessoa se infectar novamente e, consequentemente, de desenvolver as formas graves da doença.
Mas, além disso, os números dos últimos anos também mostram que existem problemas no atendimento aos pacientes que se apresentam aos serviços de saúde. Apesar de o número de casos graves crescer por causa dos constantes surtos, especialistas dizem que isso não deveria ser sinônimo de um maior número de mortes.
Para impedir que uma pessoa perca a vida por causa da dengue, é preciso que a doença seja identificada o quanto antes e, além disso, que os serviços de saúde ofereçam um tratamento rápido.
O Brasil ainda vai conviver com a dengue por muitos anos – e o número de casos graves será cada vez maior. Para evitar que mais mortes ocorram, os especialistas lembram que, além de uma boa articulação dos serviços de saúde, é necessário capacitar mais profissionais de saúde e continuar com as campanhas de educação da população, que servem para acabar com os criadouros do mosquito da dengue.
Veja alguns motivos que explicam os surtos de dengue no Brasil
Vírus Tipo 1:
Existem quatro tipos de vírus da dengue. No Brasil, circulam três deles: 1, 2 e 3. As pessoas que já se infectaram com um dos tipos de dengue tornam-se imunes a esse tipo, mas ficam suscetíveis aos demais. Além disso, quando uma versão do vírus atinge uma região e retorna anos depois, ele vai infectar as pessoas que não estavam no local durante a primeira infestação – em geral, os mais jovens ou novos moradores. O atual surto se deve ao tipo 1, que circulou com maior intensidade na década de 90 e voltou a predominar em alguns Estados no final de 2009.
Condições urbanas:
O mosquito tem hábitos urbanos e se desenvolve dentro das casas. Além disso, com a expansão populacional e das cidades, existe maior acúmulo de lixo e entulho. Locais com água parada e limpa, como terrenos baldios, casas fechadas, caixas d’água abertas, calhas, pneus e telhas, favorecem os focos do mosquito.
Condições climáticas:
O calor e o aumento das chuvas no verão contribuem para a proliferação dos criadouros do mosquito. Já o excesso de água, por outro lado, não favorece aos criadouros. Os grandes temporais acabam exterminando esses focos. O Aedes aegypti gosta de água limpa e parada.
Articulação dos governos:
Para conter a dengue, o Ministério da Saúde repassa os recursos para Estados e municípios, que definem quanto será investido no combate à doença, conforme o cenário local. Portanto, essa tarefa é dividida. Para que esse modelo funcione, as três esferas de governo (federal, estadual e municipal) precisam estar articuladas. O ministério admite que esse é um trabalho de difícil execução e que não envolve apenas os setores de saúde, o que complica ainda mais o trabalho.
Proliferação do mosquito:
A dengue já atinge áreas que antes estavam livres do mosquito. Em 1995, o Aedes aegypti, que transmite a doença, estava presente em 1.753 municípios brasileiros. Hoje ele se encontra em 4.007 localidades, o que equivale a 80% das cidades brasileiras. Com isso, mais pessoas ficam expostas ao mosquito.
Transporte de pessoas e de cargas:
Como existem mais pessoas fazendo viagens e mais produtos sendo transportados, aumentam as chances
de pessoas infectadas irem para locais livres da doença. Se elas forem picadas pelo mosquito, o vírus então
começa a circular nessas regiões
Fonte:
R7
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/88441/visualizar/
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