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Meio Ambiente
Quarta - 01 de Setembro de 2010 às 21:59
Por: MARIA BARBANT/LUCIANA OLIVEIRA

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Como parte das atividades paralelas do Promadeira 2010, a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) e o Centro das Indústrias Produtoras e Exportadoras de Madeira - CIPEM, em parceria com a IWF Planet e o Instituto Ação, apresentaram a um grupo de cinquenta pessoas, formado por produtores florestais, engenheiros e autoridades o Sistema de Monitoramento e Rastreamento Eletrônico Florestal, projeto piloto que vem sendo desenvolvido no município de Nova Mutum (a 264 quilômetros da capital, na Região Norte do estado).

O Manejo Florestal Eletrônico se utiliza de chips, que são instalados nas árvores e são capazes de armazenar informações sobre as espécies, volume e localização de cada árvore, por meio do processo de georreferenciamento. Todos os processos de corte, arraste e transporte das toras, até as indústrias também podem ser monitorados em tempo real, via internet. Além disso, é possível inventariar a quantidade de carbono seqüestrada por cada árvore. O sistema utiliza o RFID - Radio Frequency Identification e é totalmente auditável, garantindo transparência total ao manejo.

O projeto, que vem sendo desenvolvido desde novembro do ano passado por meio da parceria publico privada, foi lançado pelo secretário de estado do Meio Ambiente, Alexander Torres Maia, durante a abertura do Promadeira 2010, na última quarta-feira (25.08), em Sinop. Na ocasião, o secretário adjunto de Mudanças Climáticas, Julio Bachega, explicou a importância da iniciativa, que irá proporcionar uma organização na exploração e transporte florestal.

Na apresentação do sistema, o responsável técnico do projeto falou sobre o sistema. “É um desafio que o setor de base florestal toma para si, que garante não só a rastreabilidade da madeira, mas também oferece transparência a atividade florestal”, afirmou Paulo Henrique Borges.

Durante a apresentação do projeto que já terminou a fase do inventário, foi explicado que apesar de entrar no período de corte, o sistema ainda poderá passar por adequações, buscando melhorar ainda mais o processo e atender as necessidades dos produtores e do mercado.

Para Marcelo Schuster, engenheiro florestal em Cotriguaçu, a ferramenta vem ao encontro das novas demandas do mercado. “Com a implantação deste sistema, temos a possibilidade de atender a um mercado mais exigente e também podemos valorizar nosso produto. Temos que nos preparar para a Copa de 2014”, disse.

“O setor florestal, mais comprometido, traz uma ferramenta tecnológica que promove mais transparência e reduz erros. Temos mais é que valorizar esta iniciativa”, declarou Arlei Fontoura, executivo da empresa francesa FRM Consultoria e Assessoria Florestal em Projetos.

A atitude do setor de base florestal em parceria com a Sema busca gerar mais transparência nos manejos realizados no Estado. Só em 2009 foram 244 manejos florestais sustentáveis autorizados, mas Mato Grosso tem uma área de mais de 2,6 milhões de hectares disponíveis para a atividade.

“Se pudermos mostrar que temos o controle da origem da madeira, teremos nas mãos uma ferramenta para ampliar nossa participação no mercado e ainda, buscar uma certificação do próprio Estado”, afirmou João Carlos Baldasso, presidente do CIPEM.

MANEJO ELETRÔNICO

O projeto de manejo florestal sustentável eletrônico está sendo desenvolvido numa área de 100 hectares, na fazenda Carandá, localizada no município de Nova Mutum. “Com a implementação desse sistema estamos desenvolvendo uma base de conhecimentos sobre o processo de monitoramento e rastreamento eletrônico florestal, além de testarmos uma nova metodologia, o uso da tecnologia digital nos inventário florestais”, explicou o secretário adjunto de Mudanças Climáticas da Sema, Julio Bachega.

Além disso, o projeto piloto vai possibilitar ainda a avaliação do custo e da operacionalização do sistema de monitoramento eletrônico em Planos de Manejo Florestal e, a rastreabilidade da madeira.

A parceria público-privada – formada para viabilizar o projeto piloto – atende a Resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente – Conama (nº 406/2009) e o Decreto Estadual nº 1862, também de 2009, que obriga o setor e o poder público a buscarem alternativas ou modelos de rastreabilidade da origem da madeira.

Na área piloto do projeto serão realizados os testes de monitoramento e rastreamento da Madeira desde a elaboração do Manejo e Inventário Florestal até a execução nas etapas de Exploração e Transporte. “Ao concluirmos as etapas previstas no projeto teremos condições de avaliar a viabilidade do sistema eletrônico e sua possível implantação nas áreas de Manejo Florestal”, explicou Júlio Bachega.

Na ocasião do lançamento do projeto piloto o secretário de Meio Ambiente, Alexander Torres Maia disse que a iniciativa traz mais segurança e agilidades as analises dos processos por parte do órgão ambiental e lembrou que Mato Grosso, por meio da Sema, tem sido pioneira no desenvolvimento de novas tecnologias para o setor florestal.





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