Mato Grosso lidera a destruição do Cerrado
O Cerrado pode ter o mesmo futuro da Mata Atlântica, com apenas 10% da área original, caso medidas urgentes não sejam tomadas. Metade do bioma, o segundo maior do Brasil, já foi devastada de acordo com informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apresentou o estudo Indicadores de Desenvolvimento Sustentável (IDS 2010). Mato Grosso foi o campeão de devastação.
Baseada nos dados do Centro de Sensoriamento Remoto do Ibama, a pesquisa apontou redução de 2.038 milhões para 1.052 milhão de quilômetros quadrados (km2) no Cerrado. Dos 986.247 km2 desmatados até 2008, 85.074 km2 (4,2%) foram destruídos entre os anos de 2002 e 2008.
Mato Grosso, entre esses 7 anos, teve a maior área desmatada com 17.598 km2, seguido pelos estados do Maranhão (14.825 km2) e Tocantins (12.198 km2). Em termos relativos, Maranhão assumiu a ponta com 7%, seguido de perto pela Bahia (6,1%) e Mato Grosso (4,9%).
O coordenador de Fiscalização da Sema, Eduardo Rodrigues, disse que a atenção atualmente está mais voltada para o médio-norte de Mato Grosso, em municípios como Feliz Natal, Nova Ubiratã e o entorno do Parque Nacional do Xingu. Essas regiões apresentam maior expansão no plantio de soja.
Os anos de 2000, 2001 e 2002 foram um marco na plantação de soja em Campo Verde e Primavera do Leste, por exemplo, municípios localizados no Cerrado. De 2002 a 2008, período de grande destruição no bioma, o grão estava avançando guiado pelo alto preço. O ano de 2005, por sinal, foi o que apresentou melhor valor.
Rodrigues lembra que a legislação brasileira favorece o desmatamento do Cerrado, já que permite a preservação de 35% e a abertura de 65%.
Mata Atlântica - Foram derrubados 1.028 km2 da Mata Atlântica entre os anos de 2005 e 2008. Atualmente, ela conta com 133.010 km2 de área remanescente, menos de 10% da original.
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