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Grupo costura próteses para mulheres que tiveram seio removido
Maria do Carmo/Folhapress
Senhoras são voluntárias do hospital A.C. Camargo; elas costuram próteses de seio para mulheres sem recursos
Quando teve o seio retirado devido a um câncer de mama, em 1973, Ernesta Callegaro passou a usar, no sutiã, um saquinho feito pela irmã, recheado com alpiste --era essa a indicação médica na época. Agora, prestes a completar 98 anos, ela passa as manhãs de quarta-feira costurando próteses para melhorar a autoestima de mulheres que também sofreram mastectomia. Com ela, há mais oito senhoras, voluntárias do Hospital A.C. Camargo, que fazem cerca de 120 próteses por mês.
O Sistema Único de Saúde cobre a cirurgia reconstrutora do seio, mas algumas mulheres têm que esperar até o fim do tratamento para fazê-la. Há, ainda, aquelas que optam por não recompor a parte estética -geralmente, pacientes mais velhas.
No início do projeto, em 1998, as próteses eram recheadas com alpiste, mas hoje são usadas bolinhas de polietileno, doadas por uma fábrica. "O alpiste acabava apodrecendo. O polietileno tem mais durabilidade e resistência", diz Paulo Aleixo, supervisor da Rede Voluntária do hospital.
O recheio é envolvido por espuma e por malha fria, cedida por confecções. As próteses não são doadas só para pacientes do A.C. Camargo: outras instituições também recebem. Elas devem ser usadas em sutiãs especiais, com uma abertura interna. Para as mulheres que não podem comprá-los, as voluntárias conseguem algumas peças gratuitamente.
As próteses são confeccionadas em vários tamanhos. "Infelizmente têm saído muitas pequenas. O câncer de mama está afetando bastante as jovens", diz a voluntária Orchídea di Bernardi Puglia, 82. Conhecida como Déa, ela atua no hospital há 48 anos.
Uma tesourada aqui, outra alinhavada ali, as voluntárias conversam sobre tudo, e com bom humor. "Aquela baixinha ali é o máximo do máximo. Não tem tamanho, mas tem uma agilidade... Ela é surda, queria falar mal dela, mas não posso", brinca Déa, referindo-se a uma colega.
A antiga prótese de alpiste já rendeu uma história engraçada, que Déa não resiste a contar: em uma viagem para Goiás, Ernesta pendurou-a para secar após tomar banho e, quando viu, os passarinhos tinham comido tudo. "O alpiste estava lá, dando sopa. Imagina a reação dela, deitada no sol", ri.
Hoje quase centenária, Ernesta tem ótima saúde. Quando acaba a sessão de costura, no bairro do Paraíso, ela volta de transporte coletivo para o Ipiranga, onde mora --e pega não um, mas dois ônibus. "Venho de táxi, mas, quando saio, o trânsito está livre, e pego condução mesmo. Preciso andar um pouco. Água parada cria brejo", diz ela.
O Sistema Único de Saúde cobre a cirurgia reconstrutora do seio, mas algumas mulheres têm que esperar até o fim do tratamento para fazê-la. Há, ainda, aquelas que optam por não recompor a parte estética -geralmente, pacientes mais velhas.
No início do projeto, em 1998, as próteses eram recheadas com alpiste, mas hoje são usadas bolinhas de polietileno, doadas por uma fábrica. "O alpiste acabava apodrecendo. O polietileno tem mais durabilidade e resistência", diz Paulo Aleixo, supervisor da Rede Voluntária do hospital.
O recheio é envolvido por espuma e por malha fria, cedida por confecções. As próteses não são doadas só para pacientes do A.C. Camargo: outras instituições também recebem. Elas devem ser usadas em sutiãs especiais, com uma abertura interna. Para as mulheres que não podem comprá-los, as voluntárias conseguem algumas peças gratuitamente.
As próteses são confeccionadas em vários tamanhos. "Infelizmente têm saído muitas pequenas. O câncer de mama está afetando bastante as jovens", diz a voluntária Orchídea di Bernardi Puglia, 82. Conhecida como Déa, ela atua no hospital há 48 anos.
Uma tesourada aqui, outra alinhavada ali, as voluntárias conversam sobre tudo, e com bom humor. "Aquela baixinha ali é o máximo do máximo. Não tem tamanho, mas tem uma agilidade... Ela é surda, queria falar mal dela, mas não posso", brinca Déa, referindo-se a uma colega.
A antiga prótese de alpiste já rendeu uma história engraçada, que Déa não resiste a contar: em uma viagem para Goiás, Ernesta pendurou-a para secar após tomar banho e, quando viu, os passarinhos tinham comido tudo. "O alpiste estava lá, dando sopa. Imagina a reação dela, deitada no sol", ri.
Hoje quase centenária, Ernesta tem ótima saúde. Quando acaba a sessão de costura, no bairro do Paraíso, ela volta de transporte coletivo para o Ipiranga, onde mora --e pega não um, mas dois ônibus. "Venho de táxi, mas, quando saio, o trânsito está livre, e pego condução mesmo. Preciso andar um pouco. Água parada cria brejo", diz ela.
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/88070/visualizar/
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