Ela foi presa em flagrante por policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) e da 1ª DP (Praça Mauá) enquanto tentava recrutar mais um profissional para sua empresa, em um prédio, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia, ela confessou o crime.
Segundo a polícia, a jovem conseguiu enganar 32 pessoas, entre elas a ex-treinadora de ginástica olímpica do Flamengo, Georgette Vidor. Em depoimento ao delegado Rafael Willis, da 16ª DP, a ex-atleta contou que a suspeita ofereceu um projeto para a sua ONG com promessa de altos lucros por mês.
“Ela praticou um crime de estelionato ao falsificar documentos com uma assinatura grosseira da Patrícia Amorim. Ela recrutava funcionários e prometia altos salários de R$ 8, R$ 15 mil, para trabalhar no Flamengo. Ela assinou a carteira de 32 pessoas e pediu comissões e serviços que variavam de R$ 2 a R$ 6 mil como uma recompensa para o emprego arranjado e para comprar uniformes e pagar almoços com celebridades do mundo esportivo”, explica o delegado.
A jovem, que é natural de Jandira, no interior de São Paulo, começou a aplicar o golpe há cerca de três meses, segundo a polícia. Assim que chegou ao Rio, ela se associou ao clube do Flamengo, na Gávea, na Zona Sul , com o objetivo de ficar mais próxima da diretoria do clube.
A empresária Isabel Abrantes foi uma das vítimas da suspeita. Ela contou que a jovem era muito bem articulada e se apresentava como judoca profissional e graduada em educação física. Ela teria prometido para a sua filha, Isabela, um salário de R$ 8 mil para atuar como psicóloga do clube.
“Ela apresentou à minha filha um projeto completo de reestruturação do Flamengo. Assinou a carteira, pediu xerox de todos os documentos, inclusive ficha de antecedentes criminais e financeiros. Ela pediu para a minha filha indicações de outros amigos para trabalhar na empresa dela. Ninguém imaginou que ela era uma criminosa, uma pessoa perigosa, uma estelionatária”, disse Isabel.
A ex-treinadora de ginástica olímpica, Georgette Vidor, foi uma das vítimas do golpe
(Foto: Tássia Thum/G1)
A farsa começou a ser descoberta após os funcionários ficarem três meses sem receber os salários. De acordo com as vítimas, ao se sentir pressionada, a suspeita alegou que não recebia o pagamento do Flamengo, e por isso não tinha condições de repassar o dinheiro.
Jovem enganou o próprio tio
Segundo a polícia, para tentar continuar aplicando o golpe, a suspeita resolveu contratar um tio, que é ferramenteiro, para atuar como diretor de recursos humanos em sua empresa. Ao tio, caberia a função de cobrar o Flamengo pelo pagamento atrasado. Diante da proposta de R$ 12 mil por mês, o tio, Jair Martins Filho, saiu do interior de São Paulo e foi até ao Rio.
Jair explicou que a sobrinha sempre teve costume de mentir, e por isso começou a estranhar como ela poderia ter montado uma empresa e oferecer altos salários.
“Acredito que ela tenha algum problema mental ou psicológico. Ela foi capaz de enganar todo mundo, até eu. Através da Georgette Vidor conseguimos acessso à assessora da Patrícia Amorim, que indicou o cartório onde ela tinha firma. Assim que o funcionário do cartório viu a assinatura, comentou na hora que se tratava de uma falsificação grosseira”, comentou Jair.
Patrícia Amorim foi até a delegacia na tarde deste sábado acompanhada de advogados do clube. Ela contou que ficou assustada ao ver toda a trama montada pela jovem.
“É assustador. Pelo que eu sabia, nenhum diretor do clube tinha contato com essa moça. Ela ludibriou pessoas honestas e usou o meu nome, o nome do Flamengo para isso, para praticar crimes. Mas nada é capaz de sujar o nome do clube. Aliás, tenho certeza que as coisas vão melhorar para o Flamengo ainda esse ano”.
A jovem foi presa e autuada pelo crime de estelionato. De acordo com o delegado Rafael Willis, para cada crime que ela cometeu, a pena pode chegar a 5 anos de prisão.
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