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Cientista quer desenvolver touca do pensamento
O americano Allan Snyder, conhecido por importantes trabalhos em ótica, neurobiologia e psicologia, quer criar um aparelho portátil capaz de reunir os benefícios da estimulação elétrica por corrente contínua.
Essa "touca do pensamento" conteria vários eletrodos que, quando ativados pelo usuário, alterariam seu desempenho em atividades tão diversas quanto memorização, concentração, compreensão de textos e criação.
"A ideia é nos libertar dos filtros da percepção. Unir os pontos de novas maneiras em vez de impor velhas associações", afirma Snyder, que é diretor do Centro para a Mente da Universidade de Sydney, na Austrália.
O cientista, que recebeu em 2001 o prêmio Marconi, espécie de Nobel das telecomunicações, por seus estudos pioneiros com fibra ótica, acredita que todos possuem habilidades mentais excepcionais que ficam inacessíveis pela tendência do cérebro de processar informações de maneira holística.
A "touca" permitiria inibir a atividade de certas redes neurais, liberando o acesso a "dados" cerebrais mais crus.
A maioria das pessoas, por exemplo, tende a dizer erroneamente que viu a palavra "dormir" após ver uma sequência contendo "cama", "descanso" e "acordado". Isso se deve à tendência do cérebro de fazer associações durante o aprendizado.
Inibir a região das têmporas, porém, reduz esse tipo de erro. Segundo Snyder, isso ocorre porque a inibição facilitaria o acesso aos detalhes das informações armazenadas em vez de apenas às suas características gerais. "Com a técnica, seria possível reduzir memórias falsas, que podem ser influenciadas por esquemas mentais e até por preconceito."
Uma touca desse tipo já existe. Walter Paulus, neurologista da Universidade de Göttingen e um dos pioneiros no uso da estimulação cerebral, desenvolveu um aparelho com oito eletrodos, quatro em cada lado da cabeça, cuja polaridade (positiva ou negativa) pode ser mudada.
Os seus efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos. Um estudo de 2009 mostrou que a melhora em uma tarefa visuomotora durou ao menos três meses após repetidas sessões. Mas ainda não se sabe se as mudanças no cérebro são permanentes.
Para evitar alterações de longo prazo, Paulo Boggio, do Mackenzie, testa voluntários em apenas uma sessão.
A aplicação da técnica no mundo real é um tema controverso. Estudantes poderiam ganhar uma vantagem injusta ao usar o procedimento para melhor seu desempenho em concursos.
"Precisamos pensar em como regulamentar a tecnologia", afirma Alberto Priori, da Universidade de Milão, outro pioneiro na área.
"Para ser honesto, não sabemos se ela é completamente segura", diz Snyder, "mas tudo indica que é".
Essa "touca do pensamento" conteria vários eletrodos que, quando ativados pelo usuário, alterariam seu desempenho em atividades tão diversas quanto memorização, concentração, compreensão de textos e criação.
"A ideia é nos libertar dos filtros da percepção. Unir os pontos de novas maneiras em vez de impor velhas associações", afirma Snyder, que é diretor do Centro para a Mente da Universidade de Sydney, na Austrália.
O cientista, que recebeu em 2001 o prêmio Marconi, espécie de Nobel das telecomunicações, por seus estudos pioneiros com fibra ótica, acredita que todos possuem habilidades mentais excepcionais que ficam inacessíveis pela tendência do cérebro de processar informações de maneira holística.
A "touca" permitiria inibir a atividade de certas redes neurais, liberando o acesso a "dados" cerebrais mais crus.
A maioria das pessoas, por exemplo, tende a dizer erroneamente que viu a palavra "dormir" após ver uma sequência contendo "cama", "descanso" e "acordado". Isso se deve à tendência do cérebro de fazer associações durante o aprendizado.
Inibir a região das têmporas, porém, reduz esse tipo de erro. Segundo Snyder, isso ocorre porque a inibição facilitaria o acesso aos detalhes das informações armazenadas em vez de apenas às suas características gerais. "Com a técnica, seria possível reduzir memórias falsas, que podem ser influenciadas por esquemas mentais e até por preconceito."
Uma touca desse tipo já existe. Walter Paulus, neurologista da Universidade de Göttingen e um dos pioneiros no uso da estimulação cerebral, desenvolveu um aparelho com oito eletrodos, quatro em cada lado da cabeça, cuja polaridade (positiva ou negativa) pode ser mudada.
Os seus efeitos a longo prazo ainda não são conhecidos. Um estudo de 2009 mostrou que a melhora em uma tarefa visuomotora durou ao menos três meses após repetidas sessões. Mas ainda não se sabe se as mudanças no cérebro são permanentes.
Para evitar alterações de longo prazo, Paulo Boggio, do Mackenzie, testa voluntários em apenas uma sessão.
A aplicação da técnica no mundo real é um tema controverso. Estudantes poderiam ganhar uma vantagem injusta ao usar o procedimento para melhor seu desempenho em concursos.
"Precisamos pensar em como regulamentar a tecnologia", afirma Alberto Priori, da Universidade de Milão, outro pioneiro na área.
"Para ser honesto, não sabemos se ela é completamente segura", diz Snyder, "mas tudo indica que é".
Fonte:
Folha Online
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/87946/visualizar/
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