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Polícia
Sexta - 10 de Setembro de 2010 às 16:33

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O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro denunciou nesta sexta-feira o motorista Rafael Bussamra, envolvido no atropelamento que matou o filho de Cissa Guimarães, por cinco crimes: homicídio doloso, corrupção ativa, fuga, pega e alteração de prova. Somadas as penas, ele pode ser condenado a 36 anos de prisão. Caso a Justiça aceite a denúncia da promotora Marisa Paiva, da 15ª Promotoria de Investigação Penal (PIP), Rafael pode responder pelos crimes no Tribunal do Júri.

O MP denunciou o motorista do outro carro envolvido no episódio, Gabriel Henrique de Sousa Ribeirto por pega; o pai de Rafael, Roberto Martins Bussamra, por corrupção ativa e alteração de prova; e seu outro filho, Guilherme, por alteração de prova. Rafael Mascarenhas morreu atropelado quando andava de skate no Túnel Acústico, na Gávea, no dia 20 de julho.

A delegada da 15ª DP (Gávea), Bárbara Lomba, explicou que três elementos foram decisivos para o indiciamento de Rafael e Gabriel por homicídio intencional: indícios de que praticavam "pega", de que sabiam da interdição do túnel naquela madrugada e a velocidade excessiva, que segundo a perícia, o Siena de Rafael estava a 100 km/h quando atropelou o filho da atriz. "Eles previram e aceitaram o resultado (atropelar e matar Rafael Mascarenhas). Um estimulou o outro a correr na disputa de velocidade, por isso têm as mesmas responsabilidades", disse Bárbara.

Roberto Bussamra também foi indiciado por corrupção por ter entregue R$ 1 mil a um dos policiais do 23º BPM (Leblon), que abordaram Rafael na saída do túnel. Os PMs, conforme denúncia dos envolvidos, exigiram R$ 10 mil para liberá-los. A fraude pela qual Roberto e filhos foram indiciados refere-se à tentativa de consertar o Siena horas após o crime.

Imagem mostra contradição
No inquérito de 250 páginas, a polícia anexou uma gravação de uma câmera no elevador do prédio de Rafael Bussamra, na Barra da Tijuca. Elas mostram Rafael Bussamra e André, carona do Siena, saindo do prédio às 0h09 do dia 20, contradizendo o depoimento do motorista, de que saíram às 23h30. Como o túnel foi interditado por volta da meia-noite, Bárbara suspeita que os rapazes tenham visto a sinalização do fechamento quando chegaram a São Conrado, apesar de dizerem não saber da interdição. A manobra ilegal no túnel para retornar à Gávea, que não seria feita sem risco de acidente com tráfego liberado, é outro indício de que sabiam da interdição.

Roberto e Rafael Bussamra prestam depoimento em audiência sobre PMs
Nesta quinta-feira, Roberto Bussamra declarou à Justiça Militar que o sargento Marcelo Leal Martins, do 23º BPM (Leblon), justificou o pedido de propina de R$ 10 mil para livrar o filho da acusação argumentando que teria que dividir a quantia com outros agentes públicos, entre policiais e servidores da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio).

Roberto e Rafael Bussamra não permitiram a presença de Leal e do cabo Marcelo Bigon, também do 23º BPM, na sala de audiência. Os militares respondem por corrupção passiva, falsidade ideológica e descumprimento de missão após a morte por atropelamento do filho da atriz Cissa Guimarães.

"O sargento (Leal) disse que a quantia teria que ser dividida para gente da CET-Rio e outras pessoas", afirmou Roberto Bussamra. Logo após o atropelamento, o sargento teria dito que imagens da CET-Rio ligando seu filho ao acidente só seriam cedidas se os policiais pedissem, mas insinuou que não fariam isso se recebessem o dinheiro.

Câmeras da CET-Rio flagraram o Siena de Rafael Bussamra, logo após o atropelamento, na saída do Túnel Acústico, na Gávea, que estava interditado para carros e onde o filho de Cissa andava de skate com amigos na madrugada de 20 de julho. O próprio Rafael Bussamra também depôs e confirmou a versão do pai.

Bigon e Leal só estiveram presentes nos depoimentos do cabo Márcio de Mattos, que estava no controle da sala de rádio no dia do atropelamento, e do cabo Tarsis Dória, que fez o registro do acidente. Mattos disse que os PMs acusados chegaram a fazer pedido de verificação da placa do veículo de Rafael Bussamra. "Informei que não constava nada. Mas logo depois recebi informação (de Dória), a partir de um morador de rua que havia memorizado a placa do atropelador e era o mesmo número. Passei um alerta via rádio e pedi que fizessem patrulhamento para localizar o carro".




Fonte: Terra

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