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Saúde
Sábado - 11 de Setembro de 2010 às 05:10

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Voltou a umidade do ar muito abaixo dos níveis seguros e excessiva poluição nas grandes cidades. A população sofre com o desconforto respiratório, garganta seca e olhos ardentes.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a umidade do ar entre 50% e 60% é considerada ideal. Abaixo de 30% nos deixa em estado de atenção, e quando inferior a 20% é decretado o estado de alerta.

Em São Paulo, há alguns dias a população sofre com índices que já chegaram a 18%. A falta de chuvas ainda deve se prolongar por alguns dias, afetando ainda mais aqueles que já sofrem com problemas respiratórios crônicos, como asma, rinite alérgica ou DPOC.

“A alta concentração dos poluentes nos centros urbanos associada à baixa umidade leva a irritação e inflamação das mucosas respiratórias e as pessoas já portadoras de doenças respiratórias crônicas têm maior tendência a apresentar crises de exacerbação nesta época do ano”, explica o pneumologista dr. Mauro Gomes, membro da comissão de Infecções Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT).

Mesmo para quem não costuma apresentar problemas respiratórios, a irritação nos olhos, nariz e garganta; sensação de coceira, olhos vermelhos e lacrimejando têm sido cada vez mais frequentes.

Embora muito divulgadas, algumas recomendações pouco ajudam as condições climáticas vividas nestes dias. Para o dr. Mauro Gomes, há medidas mais importante do que apenas colocar bacias de água no quarto ou toalhas molhadas.

“Muitas pessoas reclamam do ambiente externo, mas fumam e mantém animais dentro de casa. As pessoas precisam ficar atentas e cuidar do ambiente doméstico, evitar a lareira ou o fogão a lenha, que contribuem para a poluição do ambiente. Umidade nas paredes de casa também são vilões que podem agravar a situação”, ressalta. Para evitar a desidratação, é interessante ingerir líquidos de acordo com a sede.

Manter o ambiente doméstico sempre limpo e ventilado é outra medida indispensável. Sobre a prática de atividade física, o pneumologista alerta para os adeptos de corridas e caminhadas sobre o horário.

“O ideal é que sejam feitas bem cedo ou após às 18 horas. De 10h às 17h o acumulo de poluentes é muito grande, tornando o período desfavorável e trazendo mais prejuízos que benefícios”.

As recomendações valem para todas as faixas etárias.

Em caso de desconforto excessivo ou dúvidas, o médico pneumologista deve ser consultado, e é isso que vem acontecendo, destaca o especialista.

“Tem havido um aumento no número de atendimentos tanto no consultório como nos em prontos-socorros, bem como crescimento de hospitalizações por conta das consequências das condições climáticas que temos vivenciado, pois além do sistema respiratório, a poluição também pode prejudicar outros sistemas, como o cardiovascular”, alerta.

Mitos e Verdades

Alguns dos mitos têm sido divulgados, sem fundamentação científica. A questão da alimentação, por exemplo, o médico alerta que embora a dieta balanceada e a ingestão de líquidos sejam saudáveis, não existe ligação direta com os efeitos da poluição no sistema respiratório.

Umidificadores são itens que requerem cuidados. “Estes aparelhos devem ser higienizados corretamente para evitar a proliferação de fungos, que é bastante comum. Sem esta atenção, podem trazer mais riscos que benefícios. Além do que, ainda não existe nenhum estudo cientifico que comprove sua eficácia”.

O mesmo vale para a dica de deixar bacias de água ou toalhas molhadas no quarto. Segundo o dr. Mauro, embora não tragam nenhum prejuízo, não há comprovação alguma dos benefícios.

“Infelizmente nenhuma destas medidas são comprovadas cientificamente. O que talvez seja interessante é lavar os olhos e o nariz com soro fisiológico, para umidificar as mucosas. Além de hidratar, pode trazer alívio em caso da existência de secreção”, finaliza o pneumologista.






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