Grevistas realizaram assembleia geral nesta segunda-feira (16) em Cuiabá. Decisão contraria a Justiça estadual, que declarou a paralisação abusiva.
Professores decidem contrariar Justiça e mantêm greve em MT
Os trabalhadores da rede estadual de ensino de Mato Grosso vão manter, por tempo indeterminado, a greve da categoria, que começou no dia 12 de agosto. A decisão foi tomada em assembleia geral realizada na tarde desta segunda-feira (16), na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá, e contraria a Justiça do Estado, que considerou a paralisação abusiva.
Os profissionais pedem reajuste de 10,4% no salário, melhorias nas escolas, mais recursos do orçamento do estado para a educação (dos atuais 25% para 35%, como prevê a constituição estadual), posse dos classificados no concurso público realizado em 2010 em Mato Grosso e a inclusão da hora-atividade para os professores contratados.
Por meio da assessoria de imprensa, o Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT) informou que os grevistas esperam receber, ainda nesta semana, uma proposta do governo do estado. Caso isso aconteça, haverá nova assembleia na sexta-feira (20).
Durante essa semana, de acordo com o Sintep, os trabalhadores vão participar das sessões na Assembleia Legislativa. Na quarta-feira (18), farão uma panfletagem na Secretaria de Estado de Educação (Seduc). Já na semana que vem, está marcado um ato público (26) na Capital. O local não foi informado.
Em decisão do dia 10 de setembro, o desembargador Marcos Machado declarou a greve abusiva, com o argumento de que não poderia ter sido deflagrada durante negociações entre o Sintep-MT e o governo do estado, e sem manter o mínimo de profissionais para garantir a continuidade do serviço, considerado essencial.
Cerca de 430 mil estudantes da rede pública estadual permanecem sem aulas em Mato Grosso. Segundo o sindicato, 90% dos 35 mil trabalhadores aderiram à paralisação.
Negociação
No dia 2 de setembro, durante reunião entre o governador Silval Barbosa e o presidente do Sintep-MT, Henrique Lopes do Nascimento, foi acordado que o sindicato e a Secretaria de Estado de Educação levariam proposta para avaliação do chefe do executivo estadual.
Nascimento disse, por meio de nota, que Barbosa tinha autorizado repasse de 27,2% da receita do estado para a educação e que a categoria e os técnicos da Seduc comprovaram que o investimento seria possível. Porém, não houve entendimento quanto à data da aplicação da medida - o Sintep-MT queria que fosse ainda este ano.
A resposta de Barbosa à proposta deveria ter sido dada no dia 5, mas o governador pediu mais prazo - porém, no dia seguinte, o Sintep foi notificado que o estado havia entrado com uma ação contra a greve.
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