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Mato Grosso e Pará são estados com maior número de focos de incêndio
Inpe aponta novas áreas de queimadas no Brasil
Ed Ferreira
Agosto e setembro são os meses com maior número de ocorrência de queimadas na Região Centro-Oeste
Novos focos de queimadas foram registrados no Brasil neste ano, segundo informações do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O meteorologista Raffi Agop, do Inpe, explicou ao G1 que as áreas estão localizadas principalmente no sul do Tocantins e norte de Goiás, perto da divisa com Mato Grosso. Novos pontos de incêndio também surgiram no sul de Goiás e no Pará. Nesses locais, segundo Agop, o Inpe ainda não havia registrado focos de incêndio.
Entre as áreas citadas por Agop estão o Parque Nacional do Araguaia e a Serra Geral do Tocantins, que são unidades de conservação. "São pontos novos, que não queimavam há dez anos. O Tocantins, por exemplo, teve cerca de 4.200 focos neste ano contra pouco mais de 900 no ano passado. Do total no estado em 2010, 40% dos focos ocorreram dentro ou perto de unidades de conservação", disse.
O Inpe ainda não estimou a extensão atingida e as causas dos novos incêndios. Porém, o meteorologista ressalta que, apesar das novas áreas, os pontos de incêndio diminuíram de maneira geral nos últimos anos. "O número tem caído por conta da queda no desmatamento e também pelo aumento na fiscalização das áreas de vegetação. No ano passado, a quantidade de queimadas foi bem menor também, pois choveu mais do que nos outros anos."
O período mais crítico para queimadas são os meses de agosto e setembro, segundo o Inpe. Mato Grosso e Pará são os estados mais críticos para ocorrência de queimadas, mas há grande ocorrência também em Rondônia e Mato Grosso do Sul.
"As queimadas começam em maio, mas agosto e setembro são os piores meses para o Centro-Oeste e o sul da Amazônia, que sofrem com a estiagem e o tempo seco. A partir de outubro até janeiro, começa a chover nessas regiões e as queimadas migram para o Nordeste, que está com o ar mais seco e recebe maior incidência de sol. De janeiro a abril, as queimadas passam a atingir Roraima e o norte do Amazonas, áreas que estão mais secas enquanto chove em todo o resto do Brasil", disse.
Apesar de a estiagem colaborar para queimadas, segundo Agop, muitos incêndios são criminosos, causados por pessoas que ateiam fogo a lixões ou a terrenos para limpar a mata. Há também incêndios provocados por balões. A previsão, de acordo com o Inpe, é que o tempo continue seco até outubro.
Combate ao fogo
Combater incêndios florestais é muito diferente de atuar em cidades, conforme explicou ao G1 o major do Corpo de Bombeiros do Tocantins Geraldo da Conceição Primo, coordenador da força tarefa organizada para combater o fogo na Serra do Carmo e no Parque Estadual do Lajeado, em Palmas. Além da passagem de veículos ser limitada, a mata fechada e as regiões íngremes dificultam o trabalho.
"As caminhonetes com água podem avançar até certo ponto. Depois, os homens usam bombas costais e caminham com o equipamento nas costas até o fogo. Toda a vez que a água acaba, nós temos que voltar. É um trabalho desgastante. Quando há aeronaves para dar suporte, o deslocamento dos homens e o transporte de água ficam mais fáceis. As aeronaves também podem atuar no ataque direto ao fogo", disse.
De acordo com o major, as estratégias de combatem mudam de acordo com a peculiaridade de cada local. "Por exemplo, há situações de vento forte em que é necessário recuar para fazer o ataque. Também procuramos áreas com vegetação mais rala, onde o fogo tende a diminuir um pouco."
O major conta que o mais triste nestas situações é quando o fogo fica fora de controle e mata animais. "Vemos pássaros e outros bichos mais lentos morrerem porque não conseguem sair dali. Às vezes, as chamas são tão intensas que não conseguimos nos aproximar. Não há o que fazer."
Saúde
O médico pneumologista Marcelo Rabahi, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), explicou ao G1 que as queimadas também prejudicam a saúde. Os incêndios produzem partículas muito pequenas, oriundas de material orgânico e de vegetação que foram destruídos pelo fogo.
"Essas partículas ficam suspensas no ar e, quando inaladas, elas causam irritação no aparelho respiratório. O número de partículas é tão elevado que ultrapassa a capacidade de defesa do pulmão", disse.
De acordo com o médico, os pelos no nariz ajudam a reter partículas inaláveis, mas quando elas conseguem passar, atingem os brônquios. Quando são muitas, irritam as paredes dos brônquios, causam tosse e a formação de secreção como catarro. Caso a pessoa tenha algum problema respiratório, como asma ou alergias, a dificuldade de respirar é maior.
No caso da fumaça, dependendo do que foi queimado, há grande quantidade de gases tóxicos que afetam as vias respiratórias. "A fumaça que tem origem com a queima de material inflamável, como pneus e combustíveis, por si só é altamente prejudicial. A pessoa é intoxicada por causa da inalação excessiva dos gases", disse.
Segundo o médico, pessoas que vivem perto de áreas de queimadas podem usar máscaras do tipo N95, que protege contra 95% das partículas inaladas. Para o médico, também é importante consumir bastante água para manter o corpo hidratado e evitar o consumo abusivo de medicação.
Entre as áreas citadas por Agop estão o Parque Nacional do Araguaia e a Serra Geral do Tocantins, que são unidades de conservação. "São pontos novos, que não queimavam há dez anos. O Tocantins, por exemplo, teve cerca de 4.200 focos neste ano contra pouco mais de 900 no ano passado. Do total no estado em 2010, 40% dos focos ocorreram dentro ou perto de unidades de conservação", disse.
O Inpe ainda não estimou a extensão atingida e as causas dos novos incêndios. Porém, o meteorologista ressalta que, apesar das novas áreas, os pontos de incêndio diminuíram de maneira geral nos últimos anos. "O número tem caído por conta da queda no desmatamento e também pelo aumento na fiscalização das áreas de vegetação. No ano passado, a quantidade de queimadas foi bem menor também, pois choveu mais do que nos outros anos."
O período mais crítico para queimadas são os meses de agosto e setembro, segundo o Inpe. Mato Grosso e Pará são os estados mais críticos para ocorrência de queimadas, mas há grande ocorrência também em Rondônia e Mato Grosso do Sul.
"As queimadas começam em maio, mas agosto e setembro são os piores meses para o Centro-Oeste e o sul da Amazônia, que sofrem com a estiagem e o tempo seco. A partir de outubro até janeiro, começa a chover nessas regiões e as queimadas migram para o Nordeste, que está com o ar mais seco e recebe maior incidência de sol. De janeiro a abril, as queimadas passam a atingir Roraima e o norte do Amazonas, áreas que estão mais secas enquanto chove em todo o resto do Brasil", disse.
Apesar de a estiagem colaborar para queimadas, segundo Agop, muitos incêndios são criminosos, causados por pessoas que ateiam fogo a lixões ou a terrenos para limpar a mata. Há também incêndios provocados por balões. A previsão, de acordo com o Inpe, é que o tempo continue seco até outubro.
Combate ao fogo
Combater incêndios florestais é muito diferente de atuar em cidades, conforme explicou ao G1 o major do Corpo de Bombeiros do Tocantins Geraldo da Conceição Primo, coordenador da força tarefa organizada para combater o fogo na Serra do Carmo e no Parque Estadual do Lajeado, em Palmas. Além da passagem de veículos ser limitada, a mata fechada e as regiões íngremes dificultam o trabalho.
"As caminhonetes com água podem avançar até certo ponto. Depois, os homens usam bombas costais e caminham com o equipamento nas costas até o fogo. Toda a vez que a água acaba, nós temos que voltar. É um trabalho desgastante. Quando há aeronaves para dar suporte, o deslocamento dos homens e o transporte de água ficam mais fáceis. As aeronaves também podem atuar no ataque direto ao fogo", disse.
De acordo com o major, as estratégias de combatem mudam de acordo com a peculiaridade de cada local. "Por exemplo, há situações de vento forte em que é necessário recuar para fazer o ataque. Também procuramos áreas com vegetação mais rala, onde o fogo tende a diminuir um pouco."
O major conta que o mais triste nestas situações é quando o fogo fica fora de controle e mata animais. "Vemos pássaros e outros bichos mais lentos morrerem porque não conseguem sair dali. Às vezes, as chamas são tão intensas que não conseguimos nos aproximar. Não há o que fazer."
Saúde
O médico pneumologista Marcelo Rabahi, professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG), explicou ao G1 que as queimadas também prejudicam a saúde. Os incêndios produzem partículas muito pequenas, oriundas de material orgânico e de vegetação que foram destruídos pelo fogo.
"Essas partículas ficam suspensas no ar e, quando inaladas, elas causam irritação no aparelho respiratório. O número de partículas é tão elevado que ultrapassa a capacidade de defesa do pulmão", disse.
De acordo com o médico, os pelos no nariz ajudam a reter partículas inaláveis, mas quando elas conseguem passar, atingem os brônquios. Quando são muitas, irritam as paredes dos brônquios, causam tosse e a formação de secreção como catarro. Caso a pessoa tenha algum problema respiratório, como asma ou alergias, a dificuldade de respirar é maior.
No caso da fumaça, dependendo do que foi queimado, há grande quantidade de gases tóxicos que afetam as vias respiratórias. "A fumaça que tem origem com a queima de material inflamável, como pneus e combustíveis, por si só é altamente prejudicial. A pessoa é intoxicada por causa da inalação excessiva dos gases", disse.
Segundo o médico, pessoas que vivem perto de áreas de queimadas podem usar máscaras do tipo N95, que protege contra 95% das partículas inaladas. Para o médico, também é importante consumir bastante água para manter o corpo hidratado e evitar o consumo abusivo de medicação.
Fonte:
G1
URL Fonte: https://arenapolisnews.com.br/noticia/87438/visualizar/
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