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Cidades
Domingo - 12 de Setembro de 2010 às 14:59
Por: Sissy Cambuim

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O anúncio do fechamento do JBS Friboi, maior empresa privada de Cáceres, pode trazer à tona a fragilidade econômica e até mesmo político-administrativa do município. Em nota oficial, o grupo disse que resolveu fechar a unidade "tendo em vista seu constante foco na busca por eficiência produtiva e operacional". Contudo, funcionários do frigorífico comentam que a medida pode ter sido motivada por um descontentamento com a prefeitura, sob Túlio Fontes (DEM), que não teria se engajado até hoje na pavimentação das ruas que contornam a unidade.

   Em funcionamento em Cáceres há 25 anos, o frigorífico tinha capacidade para abater 500 cabeças de gado por dia e gerava aproximadamente 600 empregos diretos e beneficiava até 5 mil. A cidade-pólo do Oeste mato-grossense tem na agropecuária a principal atividade econômica e, sem contar a unidade, controlada por um dos maiores grupos do mundo, o setor poderá sofrer um impacto.

   Somente na última semana a empresa já havia demitido cerca de 400 funcionários, que retornavam das férias coletivas dadas pela JBS Friboi sob a alegação da falta de oferta de gado para abate. As outras três unidades do grupo no Estado, localizadas em São José dos Quatro Marcos, Araputanga e Pedra Preta, continuaram funcionando normalmente. A presidente do sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação de Cáceres, Gláucia Maria Andrade Gonzaga, declarou à imprensa que foram mantidos o pessoal de manutenção, limpeza, refeitório e administrativo.

   “Isso é uma catástrofe para a nossa cidade”, lamentou o vereador Antônio Salvador da Silva (PSDC). Ex-funcionário da empresa e distribuidor de carnes da Friboi no comércio, Salvador descarta possibilidade da planta industrial do grupo estar obsoleta e levanta algumas hipóteses sobre o fechamento. A empresa espera manter a normalidade no atendimento aos pecuaristas e aos clientes usuais da unidade de Cáceres, distribuindo abate e vendas entre as unidades de São José dos Quatro Marcos e Araputanga, que ficam a mais ou menos 150 km de distância do município. O grupo também informou que irá trabalhar no sentido de realocar os colaboradores da unidade para outras fábricas da companhia que estejam com deficiência de mão-de-obra.

   Gestões pública e privada

    A pavimentação das ruas de acesso ao frigorífico foi tema de debate político nas eleições de 2008 e também neste pleito. Durante ato político, o candidato à reeleição, deputado federal Pedro Henry (PP), teria afirmado que o dinheiro para tal obra já estava assegurado por emenda de sua autoria. Seu irmão, o ex-prefeito Ricardo Henry (PP), também prometeu aos funcionários a pavimentação, um antigo pleito da empresa. A obra não se viabilizou, nem mesmo com o sucessor Túlio Fontes.  O grupo teria se oferecido para contribuir com recursos necessários para aquisição dos tubos para a drenagem da extensão a ser asfaltada. Ricardo chegou a dar início à obra, que segue sem conclusão. No início do ano passado, Túlio também tentou retomar a obra, mas fora supreendido ao descobrir que, sequer, havia projeto para asfaltamento das ruas.




Fonte: RD News

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