Bandidos têm procurado QGs de campanha de candidatos que reúnem potencial eleitoral e financeiro para a disputa eleitoral 2010
Onda de roubos faz os comitês eleitorais reforçarem segurança
A onda de assaltos a comitês financeiros tem obrigado os candidatos e coligações a reforçarem o esquema de segurança nesta eleição. Os QGs dos candidatos a governador são os que receberam maior reforço em termos de segurança patrimonial. O secretário de Justiça e Segurança Pública, Diógenes Curado, afirmou que, por se tratar de uma época em que grandes quantias financeiras circulam, os bandidos ficam atentos e aproveitam para agir.
Neste domingo, o coordenador da campanha à reeleição do deputado Guilherme Maluf (PSDB), em Poconé (100 km ao Sul de Cuiabá), Ricardo Elias Nehme, foi assassinado dentro de sua residência, local onde funcionava o comitê do candidato tucano. No boletim de ocorrência consta que os ladrões vasculharam a casa em busca de dinheiro. Investigação preliminar aponta que o crime foi premeditado e teria sido viabilizado por informações de pessoas que tinham conhecimento da circulação de dinheiro no local.
Em Cuiabá, há três semanas, o comitê de campanha do deputado estadual e candidato à reeleição, Mauro Savi (PR), foi assaltado por dois rapazes menores de idade. Eles estavam armados e usaram uma motocicleta para fugir. O assalto aconteceu no dia em que o pagamento quinzenal para colaboradores e fornecedores da campanha foi feito. Apesar de não terem encontrado o dinheiro que foi usado no pagamento, os dois assaltantes levaram celulares, objetos pessoais e dinheiro das vítimas.
Antes disso, o deputado estadual e candidato à reeleição Sérgio Ricardo (PR) teve dois comitês, localizados na Capital, invadidos. Foram levados aproximadamente R$ 15 mil em dinheiro. Depois dos episódios, todos afirmam que redobraram a segurança e adotaram medidas de prevenção.
Apesar dos dados oficiais mostrarem que os candidatos estão gastando muito aquém das previsões, a estimativa feita por eles junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aponta uma eleição de gastos milionários – o que pode ter aguçado a cobiça de assaltantes.
Nos comitês dos candidatos a governador Silval Barbosa (PMDB) e Mauro Mendes (PSB) a segurança também foi redobrada. Um dos coordenadores da campanha de Silval, o vereador Francisco Vuolo (PR), afirma que além de seguranças armados fazerem a guarda do comitê, os pagamentos são realizados de forma escalonada, na maioria das vezes, com cheque cruzado.
Segundo o gerente do comitê de Mauro, José Carlos Dorte, a coligação não paga nenhum colaborador de campanha em dinheiro. “Todos pagamentos são feitos através de débito em conta. Não manipulamos dinheiro sob nenhuma hipótese. Além disso, 12 homens fardados e outros 10 a paisana fazem a nossa segurança”, completou.
Coordenador de campanha do candidato Wilson Santos (PSDB), o ex-governador Osvaldo Sobrinho (PTB) disse que o comitê tucano possui vigilantes e que o bloco procura fazer pagamentos através de cheques. Contudo, o petebista brincou com a dificuldade que Wilson vem enfrentando para captar recursos. “Se invadirem nosso comitê, não tem o que roubar. Vão levar santinho e material de campanha. Dinheiro falta”, finalizou.
Comentários