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Quinta - 16 de Setembro de 2010 às 07:11
Por: Caroline Rodrigues

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A precariedade das rodovias do Estado, além de trazer prejuízos para transportadoras, aumenta o número de acidentes
A precariedade das rodovias do Estado, além de trazer prejuízos para transportadoras, aumenta o número de acidentes

Cerca de 77% das rodovias de Mato Grosso tiveram avaliação negativa na pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e apenas 23% foram definidas como boas e ótimas. Os dados foram coletados este ano e os técnicos identificaram problemas no pavimento como o desgaste, trincas, remendos, ondulações e buracos. A situação resulta em prejuízos para empresas transportadoras da carga e passageiros, além de acidentes e comprometimento da saúde dos motoristas.

O diretor executivo da Associação de Transportadores de Carga (ATC) em Mato Grosso, Miguel Antônio Mendes, relata que a principal rota utilizada pelos motoristas são as de acesso aos terminais rodoviários em Alto Taquari e Alto Araguaia. Os profissionais elencam a Serra da Petrovina, na BR-364, em Pedra Preta (238 km ao sul de Cuiabá), como os pontos críticos. Além dos problemas no pavimento, a falta de sinalização contribui para as colisões.

Outro ponto e a rodovia MT-130, entre os municípios de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá) e Primavera do Leste (231 km ao sul de Cuiabá). Mendes explica que o trecho funciona por meio de concessão e devido a problemas contratuais, que tramitam na Justiça, ficou sem investimentos por muito tempo.

A falta de infraestrutura faz com que o dinheiro gasto na manutenção do veículos seja alto. Mendes afirma que não há um valor exato, mas o fato da frota mato-grossense ser uma das mais novas do país é um reflexo. Enquanto nos demais Estados a idade média dos caminhões é 20 anos, em Mato Grosso é 6 anos. Os carros mais antigos não conseguem ter o mesmo desempenho e atender a demanda do escoamento da produção. Apenas na ferrovia de Alto Araguaia são carregados 8 milhões de toneladas por ano.

Sinalização - Placas retiradas ou tampadas pelo mato, que fica no acostamento, atrapalha a rotina dos caminhoneiros e dos demais motoristas. O diretor da ATC relata que muitas obras de recapeamento são realizadas e a sinalização horizontal e vertical demora a ser implantada. Um dos exemplos está na BR-364, entre as cidades de Cuiabá e Rondonópolis.

Ele afirma que a entidade já fez um pedido oficial ao Departamento de Infraestrutura Terrestre (Dnit), pedindo que os contratos de sinalização sejam licitados junto com a obra de pavimentação para evitar a demora.

Balança - Nas rodovias federais existe somente 1 balança funcionando. A falta de fiscalização faz com que as cargas sejam superiores ao limite permitido, sendo que os policiais não têm condições técnicas de multar. Nas estradas estaduais, há 5 balanças, mas apenas 1 funciona 24 horas, o restante segue o expediente normal, o que favorece as empresas infratoras. Elas esperam o fiscal sair do posto para passar com a carga.

Doenças - Os trabalhadores sofrem com problemas decorrentes do estresse. As viagens costumam causar fadiga, devido as irregularidades do pavimento e risco no trajeto. Como perdem muito tempo em locais caóticos, os condutores tentam "recuperar" nas partes boas, o que aumenta o número de acidentes devido a alta velocidade.

A informação é confirmada pelo chefe do Núcleo de Acidentes e Medicina Rodoviária da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Dorileo. Ele relata que a imprudência causa colisões por causa do excesso de velocidade e ultrapassagens ilegais.

Vegetação - As árvores e vegetação, que ficam na beira das rodovias, prejudicam a visibilidade da sinalização, comprometem o espaço de acostamento e ainda podem ser alvo de queimadas.

Com a fumaça, os motoristas perdem totalmente a visão. Um dos exemplos do problema aconteceu em agosto na BR-174, entre Mato Grosso e Rondônia. Seis caminhões colidiram devido a queimada na margem da rodovia. Um dos condutores morreu e 2 ficaram gravemente feridos. A PRF está fazendo um relatório, no qual aponta os locais que precisam de limpeza. A lista será encaminhada para o Dnit.





Fonte: A Gazeta

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