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Política
Quinta - 16 de Setembro de 2010 às 10:52

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Depois da publicação pela Folha de um novo caso de lobby na Casa Civil, a avaliação do governo Lula é que a ministra Erenice Guerra (Casa Civil) não tem condições de enfrentar a crise e a tendência é de sua saída imediata, ainda hoje.

Segundo a reportagem, uma empresa de Campinas confirma que um lobby opera dentro da Casa Civil da Presidência da República e acusa o filho de Erenice Guerra, Saulo, de cobrar dinheiro para obter liberação de empréstimo no BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Erenice também teria atuado, segundo reportagem publicada na revista "Veja", para viabilizar negócios nos Correios intermediados por uma empresa de consultoria de propriedade de seu outro filho, Israel.

O nome mais forte para substituí-la é o da coordenadora-geral do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), Miriam Belchior, numa lista em que também figuram o chefe de Gabinete de Lula, Gilberto Carvalho, e os ministros do Planejamento, Paulo Bernardo, e das Relações Institucionais, Alexandre Padilha.

Belchior é vista como uma "solução caseira", de alguém que já trabalha dentro da Casa Civil e tem perfil discreto, além de contar com a confiança do presidente Lula. Antes da saída de Dilma Rousseff do comando da pasta, Lula chegou a analisar a sua indicação, mas cedeu aos pedidos da hoje candidata do PT à Presidência por Erenice.

Segundo a Folha apurou, o governo espera que Erenice peça demissão ainda hoje. O presidente continua mantendo sua confiança na ministra e lhe dá o benefício da dúvida diante das acusações publicadas nos últimos dias, mas avalia que há muitos familiares dela envolvidos em caso de lobby passando pela Casa Civil, o que torna sua situação "insustentável".

Pesa ainda contra Erenice a publicação da nota atacando o candidato tucano José Serra, sem consultar nem mesmo o presidente sobre o conteúdo do documento.

O presidente nacional do PSDB, Sérgio Guerra, divulgou hoje pedindo o afastamento de Erenice sob o argumento de que as investigações sobre lobby não podem ocorrer com a chefe da Casa Civil no cargo.

"As investigações sobre as crescentes denúncias envolvendo a ministra Erenice Guerra, seus familiares, ex-familiares, assessores e ex-assessores, não podem ser feitas com a atual ministra no cargo, seu afastamento é essencial e deve ser imediato. Diante de tamanho escândalo, não mais se trata de ganhar ou perder votos, de assunto eleitoral, para onde o governo, a candidata e o PT tentaram desviar. O caso é de polícia", Guerra.

Segundo ele, somente o afastamento da atual ministra-chefe da Casa Civil vai permitir a investigação "séria, profunda, transparente e sem farsas, que o Brasil exige e o governo tem a obrigação de permitir". "Caso contrário, será mais um crime envolvendo o PT e suas principais lideranças a ser empurrado para debaixo do tapete."






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