Fernandes critica falta de provas e planeja acionar Deucimar na Justiça

A fragilidade das imagens contidas no famoso DVD, que o presidente da Câmara de Cuiabá Deucimar Silva (PP) entregou ao Ministério Público foi o principal assunto da sessão ordinária desta quinta (16). Os parlamentares ficaram revoltados depois que o promotor de Justiça Gilberto Gomes afirmou que o vídeo não contém elementos suficientes para comprovar a suposta compra de votos da eleição da Mesa Diretora, que supostamente teria sido feita pelo vereador Júlio Pinheiro, eleito presidente da Casa para o biênio 2011/2012. “Isso reforça aquilo que eu já havia dito. O que existe aqui é uma verdadeira indústria da arapongagem, mas isso vai acabar”, reagiu Pinheiro.

Já Antônio Fernandes (PSDB), autor de um requerimento que solicitou cópias dos vídeos, que comprometeriam cinco parlamentares afirmou que pretende aguardar o recebimento dos documentos até o próximo dia 25, quando vence o prazo para que o progressista entregue a documentação, antes de tomar qualquer atitude. Ele também solicitou informações a respeito de Maria Drummond, que é apontada por Deucimar como a autora da denúncia. “As declarações do promotor reforçam nosso requerimento e o repúdio de vários vereadores a essas artimanhas do presidente. Se Deucimar não der os documentos e os vídeos vamos ingressar com um mandado de segurança na Justiça”, ameaça o tucano.

Ele planeja, inclusive, ingressar com uma representação criminal contra Deucimar caso fique provado que o progressista faltou com a verdade  ao afirmar, da tribuna, que tinha um vídeo com imagens fortes, que comprovariam a compra de apoio político de cinco vereadores durante às articulações para a eleição da Mesa Diretora. “Se Deucimar tiver mentido pode ser acionado na Comissão de Ética. Agora, se os vídeos aparecerem também vamos investigar o caso”, garantiu Fernandes. Além de encaminhar explicações para os parlamentares, Deucimar também vai ser convocado pelo MP a fornecer novas informações sobre o caso.

Ocorre, que as imagens do DVD teriam sido editadas e a gravação não possui áudio. Sem esses elementos, as provas podem ser insuficientes para que o MP proponha uma ação civil pública contra parlamentares, supostamente envolvidos em atos de improbidade administrativa. Nas imagens fica identificada a presença do vereador Levi, mas é impossível saber quem é o outro interlocutor, que teve o rosto borrado por um efeito de edição. “Achar a dona Maria Drummond pode ser fundamental para esclarecer tudo o que aconteceu”, analisa Pinheiro. Clovito Hugueney (PTB), por sua vez, acredita que Deucimar se precipitou ao fazer tantas acusações. De todo modo, o DVD com as imagens de Levi vai ser encaminhado para perícia no MP.