Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças respiratórias crônicas, centros de reabilitação aumentam a participação social do paciente
Reabilitação Pulmonar: maior disposição no dia a dia
Um Programa de Reabilitação Pulmonar (PRP) consiste em uma intervenção terapêutica multiprofissional de cuidados a pacientes com doenças respiratórias crônicas e consequente limitação para realizar atividades diárias.
Segundo dr. Oliver A. Nascimento, diretor-científico da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia (SPPT), o paciente recebe tratamento integrado e individualizado a fim de melhorar sua capacidade funcional e reduzir hospitalizações, visitas ao médico e os custos financeiros no tratamento da doença.
Embora a maior parte dos estudos com PRP tenha sido realizada com portadores de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), pacientes com outras doenças respiratórias também podem ser beneficiados. Segundo dr. Oliver, a inclusão do paciente no programa de reabilitação não é indicada apenas para os pacientes com grau mais avançado da doença pulmonar.
“Estudos recentes demonstraram que pacientes com DPOC com grau mais leve da doença já apresentam alterações sistêmicas, o que corrobora com a ideia de encaminhá-los o mais precocemente possível aos programas de reabilitação pulmonar”, explica.
Para ser incluso em um centro de reabilitação, o paciente deve passar por uma avaliação clínica para avaliar a gravidade da doença e se alguma co-morbidade oferece risco na realização dos exercícios físicos prescritos. No geral, é avaliada a limitação de cada indivíduo e, com base nisso, elaborada a forma de tratamento.
Trabalho de equipe
A equipe multiprofissional de um PRP normalmente é composta de pneumologistas, fisioterapeutas, educadores físicos, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais e terapeutas ocupacionais.
Independentemente da gravidade da doença, diversos benefícios são obtidos com o programa, que possui várias modalidades. “Para aumento da capacidade de exercício e melhora na habilidade em realizar atividades do cotidiano, são realizados treinos físicos; para diminuição de sintomas respiratórios, é indicada terapia medicamentosa e oxigênio; o aconselhamento psicológico é utilizado para a redução da ansiedade e, em certos casos, também da depressão”, explica o especialista.
Segundo ele, é importante deixar claro que a reabilitação pulmonar é um tratamento complementar, e não deve substituir a medicação.
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