Aparato tecnológico não exclui possibilidade do papel
Cédulas de papel não estão descartadas

Embora a Justiça Eleitoral trabalhe para que, no dia 3 de outubro, 100% das votações ocorram através das urnas eletrônicas, o Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) possui uma estrutura em todo o Estado que permite, nos casos de problemas técnicos, o voto por meio de cédulas de papel.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garante que está preparado para que todos votem em urnas eletrônicas. Mesmo assim, foram impressos 13,8 milhões de cédulas eleitorais. A estimativa é de que seja usado apenas 0,07% das cédulas de papel.

O secretário de Tecnologia da Informação do TRE, Ailton Lopes, explica que os casos são raros, mas que o órgão está preparado para garantir o pleito eleitoral nos 141 municípios mato-grossenses. Ele exemplifica que na eleição municipal de 2008 apenas dois locais de votação passaram pela substituição, sendo um deles em Cuiabá.

Substituída pela urna convencional, de lona, os votos foram efetuados em cédulas de papel. O episódio selou o início de um embate jurídico entre suplente de vereador Marcus Fabrício (PP) e o atual presidente da Câmara de Cuiabá, Deucimar Silva (PP), que alcançaram o mesmo número de votos. Pelo critério de desempate "idade", Deucimar, que é mais velho, ficou com a vaga de titular. Fabrício contestou o resultado alegando que teria votos naquela urna. "As cédulas são preparadas, encaminhadas aos cartórios eleitorais e usadas em último caso. Nesta eleição, pretendemos não recorrer a essa modalidade de votação", explica o secretário, lembrando que a totalidade do voto eletrônico, além da segurança, garante a celeridade da apuração.

De acordo com dados do TRE, 8.250 urnas eletrônicas estarão distribuídas entre as zonas eleitorais. O número engloba as urnas titulares, reservas e urnas em mesas para justificativa. Para instalar os equipamentos e realizar eventual substituição dessas urnas, 244 técnicos foram contratados. Em todas as cidades, um percentual de urnas é de reserva. "Se houver substituição de urna, o sistema possibilita que os dados sejam transferidos para que os votos já computados não sejam anulados. É um procedimento muito seguro", explicou Ailton Lopes.

Segundo ele, os cartórios eleitorais já receberam as urnas eletrônicas e as cédulas de papel. Nos próximos dias, as urnas receberão inserções de informações sobre os 344 candidatos que irão concorrer aos cargos de governador, senador e deputado estadual e deputado federal, além dos candidatos à Presidência.

O procedimento inclui carga dos números e os nomes indicados para as urnas e as correspondentes fotografias, dados dos eleitores que participarão do pleito; do flash de votação, que é a memória responsável por receber e armazenar os dados da votação; dos disquetes de votação, que também armazenam os dados para posterior apuração e dos aplicativos da urna, que são funções de auditoria inseridas no equipamento para serem utilizadas no momento da apuração e totalização dos votos.