Pedro Aparecido (destaque) teme que adesão em massa prejudique as eleições no Estado
A greve dos servidores federais do Poder Judiciário, que teve início na quarta-feira (15), pode comprometer e, até mesmo, comprometer a realização das eleições do próximo dia 3 de outubro em Mato Grosso, caso haja adesão de 80% dos funcionários.
A análise foi feita pelo presidente do Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário Federal de Mato Grosso (Sindijufe/MT), Pedro Aparecido de Souza, após assembleia-geral realizada com grevistas na tarde de sexta-feira (17).
Os servidores, divididos entre o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), Justiça Federal e Justiça Eleitoral, reivindicam reposição salarial de 56%, referente à inflação acumulada desde 2006, e arquivamento imediato do PL-549/2009, projeto de lei que prevê um "congelamento salarial" por dez anos, e que já passou pelo Senado e tramita agora na Câmara Federal.
De acordo com o presidente do Sindijufe, é a terceira vez que a categoria entra em greve pelos mesmos motivos, e desta vez, durante o período eleitoral. A intenção é pressionar o Governo Federal, sem, no entanto, causar prejuízos.
"Não temos intenção nenhuma de paralisar ou prejudicar as eleições. Porém não podemos dar garantia porque depende da adesão dos servidores. Hoje, a greve está dentro do que a lei manda, mas, se o movimento inflamar, realmente pode ser que as eleições sejam prejudicadas", explicou o sindicalista.
Além disso, Pedro Aparecido alertou que há prazos para serem cumpridos pelos órgãos que podem ser prejudicados, caso as pautas não sejam definidas.
"O dia 23 próximo [quinta-feira que vem] é o prazo final para o lacre das urnas e também para a reimpressão do título de eleitor. Também existem vários prazos processuais que estão correndo e têm o risco de não serem julgados a tempo. Já nas eleições em si, imagina se a grande porcentagem de funcionários em greve for do setor de informática...", alertou.
Atualmente, Mato Grosso possui 1.049 servidores nos órgãos federais do Judiciário, instalados em 51 municípios. Destes, 804 são sindicalizados e, segundo o presidente do sindicato, estima-se que 300 aderiram à greve. Nas cidades de Sinop e Rondonópolis, a greve está prevista para ter início na próxima segunda-feira (20).
Os Estados de São Paulo, Bahia, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Alagoas, Amazonas e Acre também estão em greve. Em Santa Catarina, o movimento está previsto para começar na segunda-feir e, em Minas Gerais, na quinta.
No dia 28 de setembro, uma caravana do setor judiciário federal de todo país estará em Brasília, para reivindicar as pautas no Governo Federal.
O presidente Sindijufe esclareceu que, se as pautas não forem negociadas, os sindicatos se reunirão para definição de um novo acordo e irão novamente à Capital Federal no dia 9 de outubro.
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