Identidade de líder das Farc Mono Jojoy está confirmada, diz ministro
O ministro da Defesa da Colômbia, Rodrigo Rivera, declarou que foi confirmada oficialmente a identidade do corpo de Víctor Julio Suárez Rojas --conhecido como Jorge Briceño ou Mono Jojoy-- chefe militar das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), que teve sua morte anunciada ontem.
"Podemos dar a confirmação, não apenas morfológica, mas científica da identidade deste chefe", disse o titular, ao informar que recebeu a notícia da correspondência das impressões digitais do guerrilheiro. Os restos mortais transportados nesta madrugada para Bogotá.
O ministro acrescentou que, ao lado do corpo de Mono Jojoy --cujas primeiras imagens foram divulgadas durante a madrugada pelo Ministério da Defesa-- os militares acharam os medicamentos que ele usava para a diabete.
Rivera também afirmou que o chefe militar das Farc utilizava um relógio da marca Rolex "muito fino" e que no acampamento bombardeado foram achados "mais de 20 computadores, 68 memórias USB e três discos externos", que serão inspecionados pelas autoridades.
O diretor-geral do Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses da Colômbia, Juan Isaac Llanos, comentou que hoje seriam realizadas a necropsia de Mono Jojoy e de outras seis vítimas do ataque militar, entre elas duas mulheres.
Segundo Rivera, o número de militares feridos na Operação Sodoma aumentou de cinco para 13. "Por sorte, eles estão fora de perigo, mas isso mostra a intensidade dos combates", comentou ele.
O chefe militar das Farc, um dos principais líderes da organização, foi morto durante operação em um acampamento do grupo armado, promovida em conjunto pelo Exército e pela Força Aérea em uma região rural da cidade de La Macarena, Departamento de Meta.
A ação desta semana faz parte da ofensiva militar do presidente colombiano, Juan Manuel Santos, após as primeiras mortes de agentes registradas sob seu governo e atribuídas a guerrilheiros.
Santos anunciou ontem a morte do chefe militar por meio de uma mensagem via seu celular. Ele classificou a morte de Jojoy como a queda de um "símbolo de terror" e afirmou que se trata de uma "notícia histórica para o país".
Ao chegar à sede da ONU para a 65ª Assembleia Geral, Santos afirmou que se reuniu com o ministro de Defesa e comandantes militares para preparar a operação contra as Farc. Segundo o presidente, participaram mais de 30 aviões e cerca de 27 helicópteros.
CONFRONTO
A operação é considerada um dos golpes mais duros contra a guerrilha que, após mais de 40 anos de existência, encontra-se bastante fragilizada. A ação é parte da ofensiva militar anunciada por Santos após mais de 40 agentes terem sido mortos por supostos guerrilheiros nas primeiras semanas de seu mandato, iniciado em 7 de agosto passado.
Mais 20 guerrilheiros morreram durante a operação, indicou o governo colombiano. A morte de Mono Jojoy seria o mais duro golpe contra o grupo guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) desde que seus dois principais dirigentes morreram em 2008.
Havia uma recompensa milionária para a captura de Mono Jojoy, cujo nome de batismo era Víctor Julio Suárez Rojas. Ele fazia parte das Farc desde 1975 e era membro do secretariado --a instância máxima política e militar da organização--, sendo considerado o líder da chamada "linha dura" da guerrilha.
Além de terrorismo, Mono Jojoy estaria implicado em crimes de narcotráfico, pelo qual era alvo de inúmeras ordens de apreensão e um pedido de extradição.
Comentários