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Política
Sexta - 24 de Setembro de 2010 às 15:35

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Reportagem publicada na edição desta sexta-feira (24) do jornal "O Estado de S.Paulo" informa que o Ministério Público Estadual de São Paulo aponta o governador do Tocantins, Carlos Amorim Gaguim (PMDB), e o procurador-geral do Estado, Haroldo Rastoldo, como integrantes de uma "organização criminosa".

O governador negou ao jornal a prática de irregularidades em sua gestão e atribuiu as denúncias a "adversários políticos". O procurador-geral também negou irregularidades e envolvimento no suposto esquema.

A Secretaria de Comunicação do Tocantins informou que Gaguim "desconhece as denúncias e não há qualquer possibilidade de seu nome estar envolvido no suposto esquema". "O governador é um gestor que recebe em audiências, costumeiramente, diversos empresários, do país e do mundo, interessados em investir no Tocantins, dadas as potencialidades e a política de incentivos fiscais que o governo oferece aos investidores", diz nota da assessoria.

"Não há negócio ilícito, de qualquer natureza, entre o governo e os citados", prossegue a assessoria. "Por se tratar de um ano eleitoral, o governo do estado vê nas denúncias a tentativa de seus adversários políticos de denegrir a imagem do governador, principalmente porque ele lidera todas as pesquisas de intenções de voto e tem realizado uma campanha limpa, transparente e em obediência à legislação eleitoral". O governador disputa a reeleição pela coligação "Força do povo"

O procurador-geral, em nota, afirma que eventuais danos à sua imagem "por notícias desprovidas de conteúdo serão objeto de medidas judiciais".

De acordo com a nota, não existe ato praticado pelo Procurador Geral do Estado "capaz de ser caracterizado como ilícito ou que tenha gerado prejuízo ao erário" e "havendo instauração de qualquer procedimento investigatório, o Procurdor Geral do Estado de Tocantins se coloca à disposição de todas as instituições competentes para esclarecer qualquer dúvida pertinente aos contratos e licitações realizadas pela atual administração".

Investigação


O jornal teve acesso a documento reservado que mostra, em 428 páginas e 300 interceptações telefônicas, os bastidores de suposto esquema de fraudes em licitações. A partir do monitoramento de empresários e lobistas, Gaguim e seu procurador teriam caído involuntariamente na escuta autorizada pela Justiça.

O documento mostra, segundo o jornal, supostas irregularidades em um contrato para a admissão de 3 mil funcionários por secretarias de estado do Tocantins sem concurso público. O documento aponta ainda, segundo o jornal, irregularidades  em um contrato com a Secretaria de Educação e Cultura, em dezembro de 2009, no valor de R$ 13,8 milhões.

O relatório foi produzido por uma equipe de promotores de Justiça que atuam no Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), núcleo de Campinas. Durante dois anos a cúpula da organização foi monitorada.

Os investigadores estimam preliminarmente rombo de R$ 615 milhões em contratos firmados com pelo menos 11 prefeituras de São Paulo e com o governo do Tocantins.

Oficialmente, Gaguim não foi investigado porque detém foro privilegiado perante o Superior Tribunal de Justiça (STJ), para onde foi remetida cópia de todo o procedimento.




Fonte: Do G1

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