Motoristas ameaçam parar terminais novamente
O terminal ferroviário de Alto Araguaia atingiu lotação máxima nesta quinta-feira (23), formando uma fila dupla de aproximadamente três quilômetros na BR-364. O pátio da empresa lotou com cerca de 400 veículos. Muitos motoristas tiveram que deixar seus caminhões estacionados na estrada. Líderes sindicais não descartam a possibilidade de uma nova paralisação do transporte de grãos para terminais (portos secos) de Alto Araguaia e Alto Taquari.
Segundo Luiz Gonçalves da Costa, presidente da Federação dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Estado de Mato Grosso (Fettremat), a empresa responsável pelo terminal, América Latina Logística (ALL) descumpriu a determinação do juiz Juarez Gusmão Portela, da 2ª Vara do Trabalho de Rondonópolis, que acatou o pedido, por força de uma liminar, requerido pela entidade [Fettremat] no mês passado.
“A medida liminar obriga que a ALL atenda apenas o limite do número de atendimentos nos terminais, recebendo somente a quantidade de veículos que têm capacidade de atender em um único turno de trabalho. Com esse congestionamento, está mais do que evidente que o pedido judicial não foi observado. A justiça também determinou medidas emergenciais para melhorias das condições ambientais de trabalho para os motoristas que transportam cargas de grãos até aos terminais ferroviários de Alto Taquari e Alto Araguaia, isso também não é tratado como prioridade pela empresa”, explica.
Luiz Gonçalves afirma que o indicativo de greve aprovado pelos trabalhadores continua. “Temos um indicativo de paralisação das atividades de transportes para os terminais. Vamos aguardar o posicionamento da Justiça diante o descumprimento da liminar”, disse.
Conforme o despacho da Justiça, o descumprimento das determinações implica em multa diária no valor de R$ 5 mil que será revertida para projetos sociais, campanhas educativas e preventivas dos trabalhadores.
Os motoristas profissionais do Estado de Mato Grosso que transportam cargas para os terminais ferroviários das duas cidades acima mencionadas cruzaram os braços no dia 16 de agosto. Nesse dia, aproximadamente 30 caminhões descarregaram nas unidades da ALL, que normalmente recebe cerca de 700 carregamentos por dia. As empresas transportadoras, durante o movimento, recusaram fretes para a região. A categoria reivindica o comprometimento da ALL em melhorar as condições de trabalho em seus pátios.
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