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Polícia
Sábado - 25 de Setembro de 2010 às 08:55
Por: ANTONIELLE COSTA

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MidiaNews
 Os quatro ex-seguranças do Goiabeiras, acusados de espancar e matar estudante vão a Júri dia 28
Os quatro ex-seguranças do Goiabeiras, acusados de espancar e matar estudante vão a Júri dia 28
A defesa dos acusados de participarem do assassinato do estudante Reginaldo Donnan dos Santos Queiroz, em agosto do ano passado, nas dependências do Goiabeiras Shopping Center, em Cuiabá, tentará desqualificar o crime pelo qual eles foram denunciados, durante julgamento no Tribunal de Júri, marcado para o próximo dia 28 de setembro, no Fórum da Capital.

Os ex-seguranças Jefferson Luiz Lima Medeiros, Ednaldo Rodrigues Belo, Jorge Dourado Nery e Valdenor de Moraes serão julgados pelos crimes de homicídio triplamente qualificado, fraude processual e denunciação caluniosa. Medeiros responde ainda por furto qualificado: ele teria ficado com R$ 1 mil, encontrados no bolso da vítima.

Ao MidiaNews, o advogado de Medeiros, Antonio Spósito, explicou que não defenderá a impunidade de seu cliente, mas uma "pena justa". Para o advogado, o crime não trata de homicídio triplamente qualificado, e sim de uma lesão corporal seguida de morte, tese que será levada ao Tribunal do Júri.

"Vamos manter a mesma linha que defendíamos desde o início do caso. Não vamos tratar de impunidade, mas a condenação pelo crime de lesão corporal seguida de morte, por entender que seria a pena mais adequada. Está evidente que o crime não se trata de um homicídio qualificado. Dessa forma, ele não pode ser incurso neste crime", afirmou.

A estratégia utilizada pelo advogado visa diminuir a pena de seu cliente, uma vez que, se os acusados forem condenados por crime de homicídio triplamente qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de prisão, em regime fechado: no caso de lesão corporal seguida de morte, a pena varia de 4 a 12 anos, podendo ser cumprida em liberdade.

A mesma tese será defendida pelo advogado do Ednaldo Belo, Waldir Caldas. "Cada acusado tem sua peculiaridade, mas temos o entendimento que se trata de uma lesão corporal seguida morte. Vamos manter essa linha. No entanto, poderemos adotar outras estratégias, conforme o desenrolar do julgamento", disse Caldas.

Assistente de acusação

O advogado de família de Donnan, Hélio Nishiyama, atuará como assistente de acusação junto ao Ministério Público Estadual (MPE). No total, oito pessoas foram arroladas pelo MPE como testemunhas de acusação, inclusive, a delegada Ana Cristina Feldner, do Cisc Verdão, que investigou o crime e indiciou os envolvidos.

Tribunal do Júri

O júri popular está marcado para o dia 28 de setembro, com início às 8h e será presidido pela juíza Mônica Catarina Perri Siqueira, da 1ª Vara Criminal da Capital. Após a abertura da sessão, as testemunhas de acusação e as defesa serão ouvidas. Em seguida, os acusados.

Logo depois, haverá um debate entre acusação e defesa e, por fim, a votação dos jurados - que definirá a condenação.

Entenda o caso

Reginaldo Queiroz entrou no Goiabeiras Shopping por volta das 16h30 do dia 29 de agosto de 2009, para comprar ingressos de um evento e, depois, sentou-se na praça de alimentação para tomar um suco, acompanhado de duas amigas. Ele carregava vários porta-latinhas, trajava roupa simples e um chapéu de abas largas (tipo mexicano).

Segundo relatos, ele foi abordado na praça de alimentação por dois seguranças, que recolheram o material, além do seu chapéu. Momentos depois, ele foi imobilizado na loja Beto Esportes, onde tentava fazer uma compra, e levado pelos seguranças Jefferson Medeiros e Ednaldo Belo até a sala de segurança.

O estudante saiu da sala da segurança dentro de um contêiner de lixo, provavelmente, já inconsciente, e deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá, às 21 horas. No dia 31 de agosto, foram constatados indícios de morte cerebral, sendo mantido vivo com auxílio de aparelhos. No dia 1º de setembro, Reginaldo morreu.
 





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