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Política
Quarta - 29 de Setembro de 2010 às 09:01
Por: Jéssica Benitez

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Em setembro cerca de 280 rampas de acessibilidade foram construídas nas ruas de Cuiabá. As obras foram realizadas já com o intuito de melhorar a infraestrutura urbana para a Copa 2014. Porém, ao andar nas ruas do centro da Capital, é possível notar precariedade na estrutura destinada aos portadores de deficiência física.

Segundo o secretário municipal de Transportes Urbanos (SMTU), Edivá Pereira Alves, a cidade não tem planejamento para atender a grande demanda de deficientes. "Na questão de acessibilidade nós temos que fazer uma adaptação. Afinal todos sabem que Cuiabá surgiu. Não foi elaborada", explica. Ele ainda argumenta que conforme a lei, 20% da frota de ônibus tem que ser adaptada para embarcar cadeirantes. Na Capital, essa porcentagem chega a 50% dos veículos. Entretanto, a falta de nivelamento das ruas e calçadas se torna um empecilho para o deficiente físico conseguir encaixar a cadeira de rodas no elevador do transporte coletivo.

Marcelo Silva é cadeirante desde os 2 anos de idade e hoje, aos 30, ele trabalha vendendo doces nas ruas do centro da Capital. O vendedor enfrenta as dificuldades de se locomover numa cadeira de rodas diariament. “Essa falta de acessibilidade tira o meu direito de ir e vir”. Marcelo explica que com a prática ele já consegue se deslocar melhor sozinho, mas para uma pessoa iniciante o esforço para se mover em vias públicas é dobrado. “Eu já tenho experiência. Sempre trabalhei na rua e até basquete eu jogo. Mas para um iniciante no assunto, andar sozinho de cadeira de rodas aqui no centro é muito complicado”, explica.

No entanto, essa situação deve ser amenizada, já que os investimentos na infraestrutura urbana são maiores com a vinda do Mundial. Ainda de acordo com Edivá, mais 300 rampas de acesso serão construídas este ano. A intensão é totalizar mais 3 mil até 2014. Além dos podotáteis, semáforos com sinalizador sonoro serão instalados em pontos estratégicos da cidade. “Eu já estou discutindo com o Ministério Público a possibilidade de instalar semáforos com sinalização sonora para que o deficiente visual possa atravessar a rua sozinho”, afirmou o secretário.

A bacharel em sociologia e acadêmica em filosofia, Sueli Castro, também é portadora de deficiência física. Para ela, o número de rampas a serem feitas até a Copa está de acordo com a necessidade da cidade. No entanto, os locais escolhidos para a construção dos acessórios é que são inadequados. “Seria o suficiente se elas fossem colocadas nos lugares corretos. Tem muito lugar que precisa e não tem. Se houver uma pesquisa com os deficientes, aí sim eles saberiam aonde é mais que necessário ser instalado uma rampa”, alega a socióloga.

O critério para a escolha dos locais onde as 280 podotáteis foram colocadas foi improvisado. Conforme o secretário da SMTU, a necessidade da construção dos acessórios era tanta que não houve uma pesquisa para indicar os lugares. “A escolha dos locais foi um pouco de conhecimento. Nenhum levantamento científico foi feito. Houve apenas uma contagem de fluxo, mas como tantos locais precisam e nós íamos mesmo fazer as 280 rampas, não foi difícil perceber onde havia mais necessidade”, justifica. Mesmo com uma grande demanda a ser atendida, Edivá garante que pelo menos 70% da questão que envolve a acessibilidade estará resolvida até a vinda da Copa 2014.




Fonte: RD News

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