Campanha convoca imprensa a se credenciar para acompanhar voto de Dilma
A campanha de Dilma Rousseff (PT) divulgou nesta quarta-feira comunicado informando que os veículos de comunicação interessados em cobrir domingo a votação da presidenciável, em Porto Alegre, devem se credenciar previamente fornecendo "nome do profissional, número da identidade, veículo e função".
O comunicado diz que serão confeccionadas três credenciais para cada emissora de TV e rádio. "Para jornais serão permitidos dois profissionais por veículo."
Questionada sobre em qual base se sustentava para estabelecer controle de acesso de jornalistas a uma zona eleitoral, local público sob responsabilidade da Justiça Eleitoral, a campanha da petista afirmou que não tem o objetivo de restringir a circulação, mas apenas organizar a cobertura.
Ainda segundo a assessoria de Dilma, o credenciamento serviria também para controle de acesso a eventual entrevista da candidata em algum local privado, antes ou depois da votação.
Dilma votará na 160ª Zona Eleitoral, em Vila Assunção, região sul de Porto Alegre.
A assessoria do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio Grande do Sul disse não ter solicitado à campanha credenciamento de imprensa e afirmou que algum tipo de controle só ocorrerá caso o presidente Lula acompanhe a petista --a segurança presidencial tem amparo legal.
Em ocasiões anteriores, o PT tem adotado o costume de promover restrições de acesso em locais públicos por onde Dilma passa. Ontem, por exemplo, o partido no Distrito Federal espalhou grades na rodoviária da região central de Brasília --um dos locais mais movimentados da cidade--, fazendo um "cercadinho" que separou a candidata da imprensa e da militância.
Na inauguração de seu comitê central, em julho, a campanha também bloqueou com grades e seguranças o acesso à calçada e à rua em frente ao imóvel, em Brasília.
Em quase toda a campanha, Dilma também tem concedido entrevistas coletivas à imprensa atrás de uma bancada móvel de suportes a microfones e gravadores, com repórteres atrás de cordões de isolamento.
De acordo com a sua assessoria, isso tem o objetivo de facilitar o trabalho da imprensa, organizando as entrevistas e evitando empurra-empurra em torno da candidata.
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