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Internacional
Quinta - 30 de Setembro de 2010 às 16:08

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O presidente do Peru, Alan Garcia, disse nesta quinta-feira que fechará imediatamente as fronteiras com o Equador diante dos protestos de policiais no país vizinho que levaram Quito a decretar estado de exceção.

O estado de exceção pode ser decretado pelo líder de um país em situações de emergência. A medida extrema inclui a suspensão temporária das garantias constitucionais, a possibilidade de decretar o toque de recolher e dá às Forças Armadas amplos direitos --como o de voz de prisão-- para garantir a segurança nacional.

García manifestou apoio ao presidente do Equador, Rafael Correa, e propôs uma reunião de presidentes da Unasul (União de Nações Sul-Americanas), da qual o Brasil faz parte, em Piúra, na fronteira com o Equador.

O presidente peruano qualificou ainda os protestos como uma "intromissão de gorilas".

Centenas de agentes das forças de segurança do Equador saíram às ruas da capital equatoriana, Quito, e ao menos outras duas cidades em um protesto em massa contra a lei do governo que reduz benefícios salariais de agentes e militares. O aeroporto de Quito foi fechado e suas operações canceladas após uma pista ser tomada por cerca de 120 militares que estariam apoiando os protestos e a imprensa equatoriana afirma que policiais tomaram a sede do Congresso. 

O presidente equatoriano, Rafael Correa, foi duro em suas declarações aos policiais e disse que os manifestantes "são um grupo de bandidos ingratos". O chefe das Forças Armadas, o general Ernesto González, manifestou apoio integral ao presidente e reiterou que ele é autoridade máxima do país. As informações são desencontradas e não se sabe ainda a extensão do apoio dos militares aos protestos dos policiais.

Durante o protesto, os policiais lançaram bombas de gás lacrimogêneo e queimaram pneus após tomar bases em Quito e Guayaquil. A agência de notícias France Presse, que cita a porta-voz do Legislativo, Julia Ortega, diz que a sede do Congresso do Equador foi tomada em Quito por policiais.

Os agentes também protestam em outros quartéis de Guayaquil (sudoeste) e Cuenca (sul), segundo informes policiais, mas a manifestação mais numerosa acontece na capital

Paralelo a isso, cerca de 150 membros da Força Aérea Equatoriana (FAE) tomaram o aeroporto internacional de Quito. "Cerca de 150 efetivos da Força Aérea Equatoriana tomaram a pista do aeroporto Marechal Sucre e também a rua na entrada", afirmou à rádio Quito o porta-voz da empresa administradora Quiport, Luis Galárraga.

Mais cedo, em uma tentativa por apaziguar o protesto, Correa foi ao regimento número um de Quito. Vaiado pelos manifestantes, acabou por desafiar os militares e policiais. Apoiado numa muleta pelo fato de que foi submetido há pouco a uma operação no joelho direito, o presidente conseguiu sair do quartel usando uma máscara de proteção e ajudado por seguranças depois da explosão de várias bombas de gás lacrimogêneo, segundo um jornalista da agência de notícias France Presse no local.

Já no hospital, onde trata seus ferimentos, Correa, denunciou uma "conspiração" da oposição e expressou indignação diante dos "atos inadmissíveis" de um grupo de policiais que o agrediu com bombas de gás lacrimogêneo.





Fonte: Reuters

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