Netinho será intimado para falar de "empresa fantasma"
O vereador e candidato ao Senado pelo PCdoB paulista, Netinho de Paula, será convocado a depor nos próximos dias no setor de Crimes contra a Administração do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) por conta de um inquérito aberto em abril para investigar a contratação da empresa Mineral Comunicação, Imagem e Produção, que estava registrada na Receita Federal em um endereço "fantasma", na zona leste da capital paulista.
De acordo com a investigação da polícia, motivada por uma matéria produzida pelo jornal O Estado de S.Paulo, a empresa recebeu sete repasses que totalizaram R$ 12,5 mil entre abril de 2009 e fevereiro deste ano. Na mesma época, foram abertos inquéritos também contra a liderança do PT e do PSDB na Câmara dos Vereadores, por motivos semelhantes. De acordo com os relatórios dos inquéritos policiais, as duas lideranças apresentaram justificativas que também estão em análise.
Por conta da contratação da empresa, o vereador responde em tese - caso seja comprovado dolo - por peculato, falsidade ideológica e formação de quadrilha ou bando. Procurado pelo Terra, Netinho se disse tranquilo e que irá depor sem qualquer problema. Segundo ele, a Câmara tem um parecer de idoneidade da empresa.
Durante a investigação, o advogado de Netinho foi ouvido, e ficou acertado que ele prestaria depoimento a partir do fim do período eleitoral, em 4 de outubro. A intenção da polícia é colher o depoimento ainda nesse mês.
Declaração de bens
Nesta quarta-feira, a Polícia Civil foi até a casa de Netinho, em Alphaville, na Grande São Paulo, apurar denúncias de fraude nos bens declarados pelo candidato à Justiça. A parte externa da casa foi fotografada por peritos após denúncia de que o imóvel não foi declarado à Receita Federal. Nesse caso, Netinho pode responder - também em tese - por omissão de bens. O PCdoB informou que a casa é alvo de processo na Justiça.
Netinho teria tentado passar o imóvel para o nome de quatro de seus sete filhos, por conta de uma disputa trabalhista com membros de sua antiga banda, o Negritude Júnior e a Justiça ainda não definiu se o imóvel pertence de fato a ele ou os filhos. Na época, a doação chegou a ser suspensa pela Justiça.
Nesta quinta-feira, Netinho, que tinha participação em uma carreata ao lado de Marta Suplicy e Aloizio Mercadante pelas ruas norte e leste de São Paulo, não compareceu. A presença dele está prevista para o comício desta noite, em São Bernardo do Campo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos candidatos da sua coligação.
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